Especialistas apontam que demanda internacional pressiona o preço da gasolina para cima
A Petrobras reduziu, nesta terça-feira, o preço do diesel vendido às distribuidoras. O corte de R$ 0,16 por litro já está em vigor. No entanto, essa redução ocorre em meio a um cenário incerto para outro combustível essencial: a gasolina.
Enquanto o diesel fica mais acessível, o setor de combustíveis aponta uma possível alta da gasolina nos próximos dias. A razão está fora do país.
Tendência de alta vem do exterior
De acordo com a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), os preços da gasolina no Brasil já estão 8% acima da paridade internacional. Isso representa uma diferença de cerca de R$ 0,25 por litro.
Mesmo com essa margem, a gasolina não sofre reajuste há mais de 300 dias. O motivo para isso, segundo a Abicom, é a estratégia da Petrobras de evitar aumentos diante da atual volatilidade do mercado global.
Verão nos EUA muda o cenário
Para o presidente da Abicom, Sérgio Araújo, o verão americano pode mudar o jogo. A estação traz o chamado “drive season”, período em que os americanos usam mais seus carros, o que aumenta a demanda por gasolina.
Além disso, há uma mudança na composição do combustível nos Estados Unidos durante o verão. Isso torna a gasolina mais cara e pressiona os preços nos mercados globais.
“Essa alta lá fora pode justificar um aumento aqui dentro, mesmo que o consumidor ainda não tenha sentido”, explicou Araújo.
Decisão da Petrobras ainda é cautelosa
Apesar da pressão, a Petrobras ainda não sinalizou se vai ou não reajustar o preço da gasolina. A estatal tem preferido acompanhar o comportamento do petróleo antes de tomar uma decisão definitiva.
Para a Abicom, a redução do diesel foi uma medida estratégica. O setor considera o corte necessário, mas parcial, já que os valores ainda não estão totalmente alinhados ao cenário externo.
“A Petrobras acertou ao fazer um ajuste pontual no diesel e esperar mais sinais do mercado internacional”, disse Araújo.