Embarques cresceram mais de 800% e mostram a força da produção nacional em tempos de escassez
Surto de gripe aviária nos Estados Unidos gerou uma alta demanda por ovos brasileiros. De janeiro a abril de 2025, os embarques para o país norte-americano cresceram 816%, saltando de 608 toneladas para 5,5 mil toneladas no período.
Esse avanço é resultado direto de uma crise sanitária que afetou severamente a produção nos EUA, elevando os preços locais a patamares inéditos.
Do mercado pet ao consumo humano
Até fevereiro deste ano, os ovos exportados do Brasil aos EUA eram usados apenas na indústria pet. A partir do dia 2 daquele mês, porém, o produto passou a ser aceito também para consumo humano, abrindo uma nova fronteira comercial para o setor.
Essa mudança impulsionou os embarques e contribuiu para o crescimento do total exportado. Ao todo, o Brasil vendeu 13 mil toneladas de ovos ao exterior no primeiro quadrimestre, uma alta de 133,8% em comparação com o mesmo período do ano anterior.
Receita também registra salto expressivo
A explosão das vendas também se refletiu na receita gerada. O país arrecadou US$ 28,3 milhões com as exportações de ovos entre janeiro e abril de 2025 — um crescimento de 152,6% em relação a 2024.
Somente em abril, o Brasil exportou 4,3 mil toneladas, número 271% maior do que o registrado no mesmo mês do ano passado.
Estados Unidos lideram a demanda
Os Estados Unidos foram o principal destino dos ovos brasileiros em abril. O país importou 2,8 mil toneladas, movimentando US$ 6,3 milhões em receita. O Japão também teve destaque, com 371 toneladas compradas e faturamento de US$ 777 mil.
Outros países como México, Uruguai, Chile e até Libéria também ampliaram suas compras. Esse novo cenário fortalece a presença brasileira em mercados com alto grau de exigência sanitária.
Brasil se consolida como fornecedor estratégico
Segundo Ricardo Santin, presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o bom desempenho reflete uma recomposição estratégica das exportações. Ele afirma que os embarques estão mais diversificados e atingem mercados de alto valor.
Além disso, Santin destacou que o Brasil tem se consolidado como um fornecedor confiável, especialmente em tempos de instabilidade sanitária global. A confiança internacional na qualidade e segurança da produção brasileira é um dos principais fatores por trás desse crescimento.