Na última terça-feira (20), o dólar apresentou uma valorização de 0,26%, alcançando a cotação de R$ 5,6692. Em um marco histórico, a bolsa de valores brasileira fechou acima dos 140 mil pontos pela primeira vez.
No entanto, nesta quarta-feira (21), o principal índice da bolsa, o Ibovespa, opera em baixa. Essa queda ocorre em um dia de ajustes após o recorde registrado na véspera, quando o índice atingiu os 140 mil pontos pela primeira vez.
O desempenho positivo do dia anterior se destacou em relação aos mercados internacionais, sendo impulsionado pelo otimismo dos investidores estrangeiros. Este clima favorável foi reforçado pela revisão positiva feita pelo Morgan Stanley, que avaliou as ações brasileiras como “baratas”.
Além disso, o dólar registrou uma leve queda nesta quarta-feira, cotado a R$ 5,65. O dia apresenta uma agenda econômica mais tranquila, enquanto os investidores permanecem cautelosos ao analisar a situação fiscal tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos.
A reação do mercado financeiro ainda reflete o recente rebaixamento da nota de crédito dos EUA pela agência de classificação Moody’s. A avaliação da maior economia global caiu de “AAA” para “AA1”, com a perspectiva alterada de “negativa” para “estável”. Segundo a Moody’s, o aumento da dívida pública dos EUA intensificou as preocupações sobre a sustentabilidade das finanças públicas.
Esse receio se agrava diante da dívida nacional que já ultrapassa os US$ 36 trilhões e da tentativa dos republicanos de aprovar um pacote de cortes de impostos que pode adicionar entre US$ 3 trilhões e US$ 5 trilhões à nova dívida ao longo da próxima década.
Resumo do mercado
Dólar
Às 11h05 desta quarta-feira, o dólar operava com uma queda de 0,19%, cotado a R$ 5,6585. No dia anterior, a moeda norte-americana havia encerrado o pregão com alta de 0,26%.
Os resultados acumulados mostram:
- alta de 0,01% na semana;
- queda de 0,14% no mês;
- perda significativa de 8,26% no ano.
Ibovespa
No mesmo horário, o Ibovespa apresentava uma diminuição de 0,66%, marcando 139.188 pontos. No dia anterior, o índice havia fechado com um ganho de 0,34%, atingindo um novo recorde ao encerrar aos 140.110 pontos.
Os resultados acumulados para o Ibovespa incluem:
- alta de 0,32% na semana;
- avanço de 3,38% no mês;
- ganho expressivo de 16,09% no ano.
A influência do rebaixamento da Moody’s
A notícia do rebaixamento da nota de crédito dos EUA pela Moody’s impactou o valor do dólar frente aos seus principais concorrentes logo no início da semana. A justificativa dada pela agência para essa medida foi o aumento contínuo da dívida americana e os juros significativamente mais altos em comparação com países com classificações semelhantes.
A Moody’s apontou que as administrações anteriores e o Congresso dos EUA não conseguiram estabelecer um acordo para mitigar os déficits fiscais anuais e os custos crescentes com juros. Kenneth Broux do Société Générale enfatizou que esse cenário levanta questões sobre o déficit e a credibilidade dos títulos do Tesouro americano.
O mercado aguarda ainda possíveis novos acordos comerciais entre os Estados Unidos e seus parceiros internacionais para mitigar os efeitos das tarifas impostas por Trump. Recentemente, houve avanços nas negociações com a China e um novo acordo foi firmado com o Reino Unido. A expectativa é que a continuação dessas políticas tarifárias possa elevar os preços finais e custos produtivos nos EUA, levando à inflação e potencial desaceleração econômica global.