Câmara dos EUA aprova pacote de cortes de impostos de Trump

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Imagem: Reprodução / X @bizmacvn

A Câmara dos Estados Unidos confirmou, na manhã desta quinta-feira (22), a aprovação de um abrangente pacote de cortes de impostos e gastos promovido pelo presidente Donald Trump, com uma votação apertada de 215 a 214.

Esta decisão representa uma significativa conquista para Trump e o presidente da Câmara, Mike Johnson, especialmente após os líderes republicanos superarem a resistência dos principais opositores.

No entanto, a nova legislação ainda enfrenta um caminho desafiador. O texto será enviado ao Senado, onde os republicanos já sinalizaram a intenção de implementar suas próprias alterações.

A pressão para que o projeto fosse aprovado na Câmara funcionou como um teste da influência tanto de Trump quanto de Johnson.

Os líderes republicanos participaram de intensas negociações sobre a proposta, enquanto Trump fez apelos fervorosos aos membros do partido na Câmara, buscando garantir o apoio necessário para viabilizar a aprovação do projeto.

A complexidade do processo foi acentuada pela necessidade de equilibrar as demandas divergentes entre os conservadores mais radicais e os membros centristas, um ato delicado, visto que Johnson não poderia perder muitos votos.

O pacote em questão prevê cortes significativos em dois dos principais programas sociais do país: Medicaid e o programa de vale-alimentação.

Além disso, pretende tornar permanentes as isenções de imposto de renda individual, que totalizam trilhões de dólares, estabelecidas pela Lei de Cortes de Impostos e Empregos, aprovada em 2017 pelo Partido Republicano.

A legislação, intitulada pelos republicanos como “One Big Beautiful Bill Act”, busca atender a diversas promessas feitas durante a campanha eleitoral por Trump e aborda uma ampla gama de questões políticas relevantes.

Antes da votação no plenário, os republicanos da Câmara divulgaram um pacote de emendas ao projeto que refletia dias de negociações para conquistar o apoio dos céticos dentro do partido.

Dentre as alterações que impactam os requisitos de trabalho do Medicaid e os créditos fiscais referentes à energia da administração Biden, destaca-se o acordo conhecido como “teto SALT”. Essa medida permite que indivíduos deduzam até US$ 40.000 em impostos estaduais e locais, limitado a determinadas faixas de renda.

Inicialmente, os líderes republicanos haviam proposto um teto de US$ 30.000. Contudo, membros influentes do partido nos estados de Nova York, Nova Jersey e Califórnia mostraram-se relutantes em apoiar essa proposta.

Antes da apresentação das mudanças, Johnson participou de reuniões com diversos grupos para firmar um consenso que agradaria tanto os conservadores quanto os centristas cautelosos com algumas propostas mais radicais.

Pouco depois da meia-noite desta quinta-feira, Johnson expressou otimismo quanto à aprovação do projeto na Câmara, apesar das dificuldades pela frente. “Nunca se sabe até a apuração final dos votos, mas estou convencido de que vamos aprovar este projeto hoje à noite”, afirmou.

Ele acrescentou: “Esta é uma legislação enorme, com muitas partes em movimento. Vamos ver o que acontece. Porém, acredito que conseguiremos finalizar este trabalho até o Memorial Day, conforme planejamos desde o início.”