
Os brasileiros vão trabalhar 149 dias em 2025 apenas para pagar impostos. Isso significa que 40% do ano será dedicado a cumprir obrigações fiscais, segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT).
Esse número representa um aumento considerável em relação às décadas passadas. Na década de 1970, eram necessários apenas 76 dias de trabalho. Desde então, o peso dos tributos sobre a renda da população mais que dobrou.
Quem mais sente no bolso
A classe média alta será a mais impactada. Quem ganha acima de R$ 10 mil por mês só quitará todos os impostos em 5 de junho. Já os que recebem até R$ 3 mil mensais terminarão suas obrigações em 29 de maio. A classe média, com rendimentos entre R$ 3 mil e R$ 10 mil, trabalhará até 22 de maio para cumprir todos os tributos.
Consumo lidera a cobrança
Os impostos sobre o consumo ainda são os mais pesados. Somam 22% da carga total, o que equivale a 83 dias de trabalho no ano. O Imposto de Renda vem logo atrás, com 15%. Outros tributos, como IPTU, IPVA e IOF, completam o restante.
Além disso, o recente aumento no IOF reforça a percepção de que a carga tributária continua a crescer, sem sinais de recuo.
Arrecadação não se reflete em serviços
Apesar da alta arrecadação, os brasileiros seguem insatisfeitos com o que recebem em troca. O Impostômetro, instalado em São Paulo, já registra mais de R$ 2 trilhões arrecadados em 2025. Só na capital paulista, o total já passa de R$ 1,6 trilhão.
Mesmo assim, muitos reclamam da baixa qualidade dos serviços públicos, principalmente nas áreas de saúde, educação e segurança.
O peso do passado e a incerteza do futuro
Em 2003, o brasileiro trabalhava cerca de 33% do ano só para pagar impostos. Em 2025, essa marca sobe para 40%, mostrando uma tendência preocupante. Especialistas alertam para a falta de retorno proporcional à carga tributária imposta.