
O governo da Argentina confirmou nesta semana sua saída oficial da Organização Mundial da Saúde (OMS). A medida, que havia sido anunciada em fevereiro, agora está formalizada. Com isso, o país deixará de participar das decisões da entidade, não terá mais acesso a relatórios exclusivos e ficará fora das discussões técnicas da sede em Genebra, na Suíça.
O momento da confirmação chama atenção. A saída aconteceu no mesmo dia da chegada do secretário de Saúde dos Estados Unidos, Robert Kennedy Júnior, a Buenos Aires. Ele se reuniu com o presidente Javier Milei para discutir possíveis parcerias bilaterais na área da saúde pública.
Críticas à OMS embasaram decisão
O presidente Milei afirmou que a OMS perdeu sua credibilidade. Segundo ele, a organização passou a seguir interesses políticos e burocráticos, deixando de lado critérios científicos confiáveis. Ele também criticou a condução da pandemia, chamando as medidas de quarentena impostas na época de “cavernícolas”.
A decisão de Milei se aproxima da linha adotada por Donald Trump, ex-presidente dos EUA, que também anunciou a retirada americana da OMS durante seu mandato. Embora Joe Biden tenha revertido a medida ao assumir o poder, Trump prometeu retomar a saída caso volte à presidência.
Visita com simbolismo político
A presença de Robert Kennedy Júnior no país não é vista como um acaso. Conhecido por suas posições contrárias à vacinação e por desafiar consensos da medicina tradicional, Kennedy chegou à Argentina com a missão de buscar novas formas de cooperação. A reunião com Milei pode marcar o início de uma nova aliança fora do eixo da OMS.
Kennedy já fez declarações polêmicas sobre campanhas de vacinação e programas internacionais de saúde. Sua visita, portanto, reforça a intenção da Argentina de seguir por um caminho alternativo, mesmo sob o risco de isolamento em decisões globais.