Grupo usava prostitutas e drones para vigiar autoridades do Judiciário e Legislativo

A Polícia Federal descobriu um grupo de extermínio que também atuava como rede de espionagem paga. A investigação começou após o assassinato do advogado Roberto Zampieri, em Mato Grosso. Ele foi morto a tiros, e seu celular revelou um conteúdo explosivo.

Entre os arquivos, os agentes encontraram negociações de sentenças judiciais, inclusive com menções a juízes e gabinetes de tribunais superiores. Foi o ponto de partida para uma operação mais ampla.

Espionagem por tabela

A PF revelou que o grupo seguia uma tabela de preços para monitorar autoridades. Espionar ministros do STF custava R$ 250 mil. Já para senadores, o valor era de R$ 150 mil. Espionar deputados saía por R$ 100 mil.

Os métodos usados chamaram atenção. O grupo empregava drones, equipamentos de escuta e até prostitutas como forma de obter informações de interesse.

Grupo se apresentava como “Comando C4”

Os suspeitos se autodenominavam Comando C4, uma sigla para “Comando de Caça a Comunistas, Corruptos e Criminosos”. Eles afirmavam combater ilegalidades, mas os próprios integrantes cometiam crimes graves, como homicídio por encomenda e espionagem clandestina.

A estrutura da facção envolvia militares da ativa e da reserva, além de civis com acesso a informações privilegiadas.

Senador era citado como possível alvo

Nas anotações obtidas pela PF, o nome do ex-presidente do Senado Rodrigo Pacheco (PSD-MG) apareceu como um dos “alvos de interesse”. Ainda não se sabe se ele chegou a ser monitorado, mas os investigadores analisam o conteúdo completo.

Pacheco se pronunciou por nota. Ele disse repudiar qualquer forma de intimidação contra autoridades e cobrou que a lei seja cumprida com firmeza.

Mandados e novas fases da operação

Nesta fase da investigação, a PF cumpriu cinco mandados de prisão. A operação integra um conjunto mais amplo de ações que apuram a venda de decisões judiciais em tribunais de Mato Grosso e no STJ.

A facção foi descoberta no meio desse inquérito, que agora também envolve espionagem, coação e homicídios por pagamento.