Trump se irrita com a China e diz que acordo de tarifas foi ignorado

DONALD TRUMP
Foto: Andrea Hanks / Casa Branca

O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez nesta sexta-feira (30) uma acusação direta à China, alegando que o país asiático descumpriu o recente acordo tarifário firmado entre os dois países.

Em uma publicação em sua rede social, Trump escreveu: “A má notícia é que a China, talvez sem surpresa para alguns, viola totalmente seu acordo conosco.”

Essa declaração ocorreu apenas duas semanas após o anúncio de um entendimento entre Washington e Pequim. O pacto prometia reduzir temporariamente as tarifas recíprocas, que vinham sendo aumentadas desde o início da disputa comercial.

Impacto imediato

A declaração causou instabilidade imediata nos mercados. A bolsa de valores, que vinha se recuperando, voltou a cair logo após a publicação. O dólar, por sua vez, voltou a subir frente a outras moedas internacionais.

A tensão comercial entre EUA e China já havia causado prejuízos à economia global. A esperança era de que o acordo, firmado no início do mês, trouxesse alívio ao comércio internacional.

“Fiz isso por eles”, diz Trump

Trump explicou que aceitou o acordo para ajudar a China a evitar uma crise econômica profunda. Ele afirmou que o país asiático estava em apuros por causa das altas tarifas impostas por seu governo.

“Vi que a China estava com problemas graves. Fábricas estavam fechando, e a população enfrentava instabilidade. Decidi agir para evitar algo pior”, escreveu o republicano.

Segundo ele, o acordo foi uma tentativa de salvar a China de um colapso iminente. Ainda assim, Trump afirma que Pequim não cumpriu sua parte.

O que dizia o acordo?

No dia 12 de maio, EUA e China anunciaram um acordo para reduzir tarifas por 90 dias. Os Estados Unidos baixaram as taxas de 145% para 30% sobre produtos chineses. A China, por sua vez, reduziu de 125% para 10% as tarifas sobre itens americanos.

Na época, Trump declarou que não pretendia retomar as tarifas mais altas e disse acreditar que um acordo definitivo seria alcançado em breve.

Apesar da trégua, a guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo parece longe do fim. Nos últimos meses, os dois países trocaram seguidas rodadas de tarifas, algumas delas com percentuais superiores a 100%.