
Mudanças no IOF e decisões dos EUA e da China movimentam o cenário financeiro
Nesta segunda-feira (2), o dólar iniciou o dia em queda, sendo negociado a R$ 5,67 por volta das 10h30. A desvalorização de 0,69% ocorreu mesmo em meio a um cenário repleto de incertezas fiscais e tensões no mercado internacional. Ao mesmo tempo, o Ibovespa operava em alta de 0,79%, ultrapassando os 138 mil pontos.
Governo tenta reverter desgaste com o IOF
O principal foco do mercado no momento é o impasse envolvendo o IOF. Após o anúncio do aumento do imposto em maio, diversas reações negativas surgiram. O Congresso passou a se mobilizar para derrubar o decreto, o que seria algo inédito em mais de duas décadas.
Na tentativa de conter a crise, o presidente Lula se reuniu com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fora da agenda oficial, para discutir saídas. Haddad sinalizou que pretende revisar a regulação do IOF e corrigir distorções no sistema tributário. Ele também reforçou que essas mudanças precisam estar ligadas a reformas estruturais, que tragam soluções duradouras.
Moody’s coloca Brasil em alerta
Outro ponto de atenção foi o anúncio da agência de risco Moody’s, que rebaixou a perspectiva da nota de crédito do Brasil, de “positiva” para “estável”. A justificativa foi o aumento da dificuldade do governo em controlar gastos e reduzir a dívida pública.
Segundo a agência, o país enfrenta um cenário fiscal delicado, com rigidez nos gastos e alta sensibilidade às oscilações dos juros. A Moody’s destacou ainda que a credibilidade fiscal do Brasil está em risco, o que pode frear investimentos e dificultar o crescimento.
Apesar do sinal de alerta, o governo reafirmou o compromisso com a responsabilidade fiscal e disse que está trabalhando em novas reformas econômicas para garantir o equilíbrio das contas públicas.
Tensões internacionais afetam, mas não travam otimismo
No cenário externo, os investidores acompanharam de perto as decisões do ex-presidente Donald Trump sobre as tarifas de importação nos Estados Unidos. Inicialmente, a suspensão de parte dessas tarifas pela Justiça trouxe alívio. No entanto, no dia seguinte, a medida foi revertida, reacendendo preocupações.
Trump ainda anunciou a intenção de dobrar as tarifas sobre o aço e acusou a China de quebrar acordos comerciais. Em resposta, o governo chinês prometeu retaliações enérgicas, aumentando o receio de uma nova guerra comercial.
Mesmo com esse ambiente de incerteza, o mercado brasileiro reagiu com relativa confiança. Acredita-se que a possibilidade de acordo entre as potências e a expectativa de reformas internas tenham colaborado para manter os investidores mais otimistas.
Perspectiva cautelosa para os próximos dias
Embora o momento atual traga sinais de alívio, os analistas alertam para uma semana decisiva. O governo tem dez dias para apresentar uma proposta que substitua o aumento do IOF, conforme acordado com o Congresso.
Enquanto isso, o mercado segue atento a qualquer declaração oficial que possa indicar o rumo das medidas fiscais. O sucesso ou fracasso dessas negociações poderá definir o humor dos investidores e o comportamento do dólar nas próximas semanas.
Resumo dos índices no ano até agora:
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Dólar: queda de 7,47% em 2025
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Ibovespa: alta de 13,92% no mesmo período