Produção industrial recua após 17 meses de avanço no Brasil

Indústria brasileira sofre leve queda em outubro, mas mantém alta anual expressiva
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Apesar da queda, otimismo sustenta geração de vagas em ritmo forte

A atividade industrial do Brasil teve uma queda inesperada em maio, a primeira desde o final de 2023. Os dados são do Índice de Gerentes de Compras (PMI), divulgado pela S&P Global. O indicador caiu para 49,4 pontos, abaixo do limite de 50 que separa crescimento de contração.

Isso mostra que as condições operacionais pioraram no mês, após um período de 17 meses de crescimento contínuo.

Demanda enfraquecida pressiona o setor

A queda nas encomendas foi um dos principais fatores que puxaram o desempenho para baixo. Segundo a pesquisa, as novas ordens e a produção caíram em relação a abril. Esse recuo foi o mais intenso desde julho de 2023.

Além disso, as exportações também diminuíram, embora em menor intensidade. Houve especialmente menos vendas para países da América do Sul e dos Estados Unidos, dois mercados importantes para o setor.

Otimismo permanece apesar da retração

Mesmo com o resultado negativo, os empresários continuam confiantes. Eles acreditam que os problemas atuais são passageiros e que a recuperação virá nos próximos meses. Esse otimismo fez com que a criação de empregos seguisse firme, aumentando pelo 22º mês consecutivo.

Segundo a S&P Global, esse foi o ritmo mais forte de contratações desde fevereiro. As empresas apostam em novos produtos, investimentos em tecnologia e contratações para sustentar a produção.

Menor pressão inflacionária em maio

Outro ponto que chamou atenção foi a queda nos custos de produção. O aumento dos preços dos insumos foi o mais fraco em 14 meses. A valorização do real frente ao dólar e o aumento da oferta de produtos importados da China ajudaram nesse cenário.

Itens como alumínio, petróleo, alimentos e resinas ficaram mais baratos. Isso contribuiu para conter a inflação dos preços finais dos produtos industriais, que teve o ritmo mais lento desde março.