Lula considera inadmissível ameaça de sanção dos EUA a Moraes e critica ofensiva de Israel em Gaza

Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

Durante coletiva de imprensa nesta terça-feira (3), no Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou como “inadmissíveis” as ameaças de sanção, por parte do governo dos Estados Unidos, contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. “É inadmissível que um presidente de qualquer país do mundo dê palpites sobre a decisão da Suprema Corte de um outro país”, afirmou Lula.

As possíveis sanções surgiram após apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro alegarem perseguição judicial no julgamento de tentativa de golpe de Estado, relacionado aos atos de 8 de janeiro de 2023. Lula reforçou a necessidade de respeito entre nações: “O Brasil vai defender não só o seu ministro, mas a Suprema Corte.”

O presidente também criticou a atuação do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que nos Estados Unidos vem denunciando o que chama de perseguição política. Lula classificou a ação como “antipatriótica” e uma “prática terrorista”. Eduardo é investigado por incitar o governo norte-americano a adotar sanções contra autoridades brasileiras.

Conflito em Gaza: “não é guerra, é genocídio”, diz Lula

Na mesma ocasião, Lula voltou a condenar as ações do Exército de Israel na Faixa de Gaza, classificando-as como genocídio. O presidente citou uma carta de militares israelenses que denunciam a operação militar como uma prática que ultrapassa os limites da guerra. “Você não pode, a pretexto de encontrar alguém, matar mulheres e crianças”, afirmou. Lula também criticou o que chamou de “vitimismo” do governo israelense, defendendo a necessidade de humanismo e bom senso no trato com o povo palestino.

O governo brasileiro já havia repudiado, recentemente, a aprovação de novos assentamentos israelenses em territórios palestinos, considerada pelo Itamaraty como uma violação do direito internacional. Lula reforçou sua posição ao afirmar: “O que está acontecendo em Gaza não é uma guerra, é um exército matando mulheres e crianças.”

Agenda internacional: Lula segue para França

Ainda nesta terça-feira, Lula embarca para Paris, onde cumpre uma extensa agenda até o dia 9 de junho. Entre os compromissos, destacam-se uma declaração climática conjunta com o presidente francês Emmanuel Macron, o recebimento do título de doutor honoris causa na Universidade Paris 8, e uma homenagem na tradicional Academia Francesa — feito raro para chefes de Estado. Lula também participará do Fórum Econômico Brasil-França e da Conferência das Nações Unidas sobre os Oceanos, em Nice.

 

Fonte: Agência Brasil