
A Organização das Nações Unidas voltou suas atenções nesta terça-feira (3) para a escalada de violência na Faixa de Gaza. O foco da denúncia são os ataques contra civis desarmados que buscavam ajuda alimentar nos arredores de centros de distribuição.
O alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Turk, classificou as mortes de palestinos nessas circunstâncias como crimes de guerra. Segundo ele, os ataques não só ferem a lógica da ajuda humanitária, como também violam gravemente o direito internacional.
Ataques seguidos causam indignação
Turk afirmou que esta é a terceira vez consecutiva que civis morrem em locais destinados à entrega de alimentos. Ele destacou que os alvos não estavam armados nem representavam ameaça. Eram apenas pessoas em situação de extrema necessidade.
A Defesa Civil de Gaza informou que 27 pessoas morreram nesta terça-feira em Rafah, cidade ao sul do território palestino. Os disparos partiram de tropas israelenses e atingiram pessoas que aguardavam sua vez na fila para receber comida.
Fundação sob suspeita
Os ataques aconteceram perto de centros operados pela Fundação Humanitária de Gaza (GHF). A entidade afirma ter distribuído milhões de porções de alimentos nos últimos dias. Apesar disso, sua atuação é cercada de polêmicas.
A GHF recebe apoio dos Estados Unidos e de Israel, mas sua estrutura de financiamento é pouco transparente. Além disso, sua logística tem sido marcada pelo caos, com relatos de violência frequente e falta de controle nos locais de entrega.
Turk foi claro ao afirmar que atacar civis que buscam comida é inadmissível. Segundo ele, o mundo não pode fechar os olhos diante de ações que atingem diretamente os mais vulneráveis. Ele defendeu que os responsáveis sejam investigados e punidos.