Nesta quarta-feira (4), o dólar voltou a registrar queda, enquanto o Ibovespa manteve o ritmo de alta. Perto das 11h20, a moeda americana recuava 0,23%, cotada a R$ 5,6225. No mesmo horário, o índice da bolsa brasileira subia 0,91%, aos 138.797 pontos.
Esse movimento acompanha o cenário internacional, que segue agitado com novas tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China. Além disso, dados econômicos fracos nos EUA mexem com as expectativas do mercado.
Trump volta a provocar a China
O ex-presidente dos EUA, Donald Trump, voltou a criticar o líder chinês, Xi Jinping, em uma publicação feita na manhã desta quarta. Ele classificou Xi como “muito duro” e disse que está “extremamente difícil” fechar um novo acordo com o país asiático.
A fala de Trump ocorre em meio à volta das tarifas mais altas sobre o aço e alumínio importados, que passaram de 25% para 50%. A medida, assinada por ele, já está em vigor e preocupa investidores que temem aumento de preços e recessão econômica.
Dados fracos nos EUA assustam o mercado
Outro fator que influenciou a queda do dólar foi a divulgação dos dados de emprego nos Estados Unidos. O relatório da ADP mostrou que o setor privado criou apenas 37 mil vagas em maio. O número ficou bem abaixo da expectativa de 110 mil.
Esse resultado aponta para uma desaceleração do mercado de trabalho norte-americano. O setor de serviços também apresentou contração pela primeira vez em quase um ano. Segundo analistas, esses sinais podem indicar crescimento lento e inflação alta nos próximos meses.
Ainda nesta quarta, o Federal Reserve (Fed) deve divulgar o Livro Bege, relatório que traz um panorama das condições econômicas do país. O conteúdo será analisado de perto por investidores em busca de pistas sobre os próximos passos da política monetária dos EUA.
IOF segue em debate no Brasil
No cenário local, o destaque continua sendo a discussão sobre o aumento do IOF. A proposta do governo de elevar o imposto foi mal recebida pelo mercado e gerou reação imediata do Congresso.
Nesta terça-feira (3), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apresentou uma proposta alternativa aos presidentes do Senado e da Câmara. Porém, o conteúdo só será divulgado na próxima semana.
Até lá, o impasse segue gerando incerteza entre os investidores. O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, também se manifestou contra o aumento. Segundo ele, o IOF não deveria ser usado para arrecadação nem para apoiar políticas monetárias.
Atuação do BC e expectativas futuras
O Banco Central também participou dos movimentos do mercado nesta quarta. A instituição realizou dois leilões de linha, com venda de dólares e compromisso de recompra. A oferta total foi de até US$ 1 bilhão.
Essas ações ajudaram a conter a valorização da moeda americana. No acumulado da semana, o dólar já caiu 1,45%. No ano, o recuo é de 8,81%. Por outro lado, o Ibovespa acumula alta de 0,38% na semana e 14,35% em 2024.
Resumo dos fatores que impactaram o mercado:
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Críticas de Trump aumentam a tensão com a China.
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Tarifas dobradas sobre aço e alumínio pressionam os preços.
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Dados fracos de emprego indicam desaceleração da economia dos EUA.
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Impasses sobre o IOF seguem sem solução definitiva.
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Atuação do Banco Central ajuda a conter oscilação no câmbio.