O Banco Central Europeu (BCE) anunciou, nesta quinta-feira (5), um novo corte na taxa de juros. A medida já era esperada pelo mercado, pois a inflação na zona do euro caiu para perto da meta de 2%. Mesmo com o corte, o banco não se comprometeu com novas reduções e manteve o discurso de que seguirá avaliando os dados a cada reunião.
Desde junho do ano passado, o BCE já reduziu os juros oito vezes, somando dois pontos percentuais de queda. O objetivo tem sido estimular o crescimento econômico, que segue fraco em boa parte dos países europeus.
Sem garantias sobre o futuro
Apesar do novo corte, o BCE evitou prometer novos passos. O comunicado divulgado afirma que o banco analisará os dados econômicos com calma antes de qualquer nova decisão.
“As decisões sobre as taxas de juros dependerão dos dados recebidos e da evolução da inflação”, disse o BCE.
A taxa atual está agora em um nível considerado neutro, ou seja, que nem estimula nem trava o crescimento. Isso sugere que o espaço para novos cortes pode estar se esgotando, pelo menos no curto prazo.
Riscos e pressões externas
Mesmo com a inflação sob controle, o cenário segue incerto. As barreiras comerciais impostas pelos Estados Unidos, especialmente sob a liderança de Donald Trump, já começaram a afetar o comércio global. Isso aumenta os custos para empresas e pressiona os preços em vários setores.
Além disso, os gastos públicos em alta em alguns países europeus podem elevar a inflação no futuro. Por isso, o BCE prefere manter a cautela.
Efeitos ainda por vir
Outro motivo para prudência é o tempo de resposta da política monetária. Em geral, um corte nos juros leva de 12 a 18 meses para mostrar efeitos reais na economia. Isso significa que os cortes feitos até agora podem ainda não ter mostrado todo o impacto.
Por isso, alguns membros do BCE defendem uma pausa nos cortes para avaliar melhor o cenário. O argumento é simples: cortar mais agora pode ser desnecessário e até arriscado se a economia já estiver começando a se recuperar.