
O dólar começou esta quinta-feira em queda diante do real, após vir à tona a informação de uma ligação entre Donald Trump e Xi Jinping. A conversa reabriu expectativas sobre a relação comercial entre os dois países, que andava estremecida.
O mercado internacional viu a retomada do diálogo como um possível sinal de trégua, ainda que temporária. Isso foi suficiente para empurrar o dólar para baixo frente às moedas de países emergentes.
Dados fracos aumentam incerteza
Além da ligação, o mercado também reagiu aos dados econômicos dos Estados Unidos. O relatório da ADP, divulgado ontem, mostrou que o país criou menos empregos que o esperado no setor privado em maio.
Hoje, o governo americano revelou que os pedidos de seguro-desemprego subiram para 247 mil. O número veio acima da expectativa, alimentando o temor de que a economia americana esteja perdendo força.
Esses sinais de desaceleração aumentaram as apostas de que o Federal Reserve poderá reduzir os juros mais cedo do que se imaginava.
Dólar perde força no exterior
O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda frente a uma cesta de moedas, caiu 0,15% nesta manhã. Com isso, o dólar ficou mais fraco também frente ao real.
Em tempos de incerteza global, a perda de força do dólar costuma beneficiar as moedas de países emergentes. No entanto, no Brasil, a situação é mais complexa.
Tensão fiscal segura otimismo no Brasil
Apesar do movimento positivo no câmbio global, o real subiu pouco. A principal barreira foi o cenário fiscal brasileiro. O anúncio do governo sobre o aumento do IOF gerou reações negativas no mercado.
Além disso, a popularidade em queda do presidente Lula reacendeu a preocupação com possíveis medidas de gastos públicos para melhorar a imagem do governo. Isso pode pressionar ainda mais as contas públicas, o que assusta os investidores.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, prometeu apresentar novas propostas ao Congresso nos próximos dias. Mesmo assim, o mercado segue atento aos próximos movimentos.
Agora, as atenções se voltam para a divulgação do relatório oficial de empregos dos EUA, que sai nesta sexta-feira. Se os números confirmarem o cenário de enfraquecimento, o dólar pode cair ainda mais.