
Ministro Alexandre de Moraes notificou a Câmara para suspender os pagamentos
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, notificou a Câmara dos Deputados para suspender o salário da deputada Carla Zambelli (PL-SP). A decisão foi enviada oficialmente na noite de quarta-feira (4), junto com a ordem de prisão preventiva da parlamentar.
Além da suspensão do salário, Moraes determinou o bloqueio total das verbas de gabinete ligadas ao mandato de Zambelli. O documento foi encaminhado ao presidente em exercício da Câmara, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB).
Bloqueio total e notificação imediata
Na notificação, o ministro pediu que a Casa tome todas as providências administrativas necessárias. A intenção é impedir que qualquer valor público continue sendo repassado à deputada, que está atualmente fora do país.
O despacho diz claramente que a presidência da Câmara deve agir com rapidez. Segundo Moraes, o bloqueio dos pagamentos deve ser executado sem demora, pois a parlamentar já não se encontra sob jurisdição nacional.
Saída do Brasil e prisão preventiva
Zambelli anunciou, na terça-feira (3), que deixou o Brasil. Em nota, ela afirmou que está nos Estados Unidos e pretende se mudar para a Itália, onde possui cidadania. A deputada diz que pretende pedir licença do mandato.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) entendeu que a viagem foi uma tentativa de fugir da Justiça brasileira. Por isso, pediu sua prisão preventiva, que foi imediatamente aceita por Moraes.
O ministro também determinou o bloqueio de contas bancárias, redes sociais, bens pessoais e salários da parlamentar.
Nome na lista da Interpol
A Polícia Federal já solicitou a inclusão do nome de Carla Zambelli na lista vermelha da Interpol. Se aprovada, a parlamentar será considerada foragida internacional e poderá ser presa em até 196 países, incluindo Estados Unidos e Itália.
Segundo fontes da PF, o pedido foi enviado com urgência e está sob análise da organização internacional. A inclusão na lista poderá acontecer ainda nesta semana.
Julgamento pode acelerar perda de mandato
Enquanto isso, o Supremo Tribunal Federal convocou uma sessão extraordinária para a próxima sexta-feira (6). O objetivo é avaliar um recurso da defesa da deputada contra sua condenação de maio.
A parlamentar já havia sido condenada por invadir o sistema do CNJ. A pena prevê 10 anos de prisão, além de multa de R$ 2 milhões, inelegibilidade e perda do mandato.
Se o recurso for rejeitado, Zambelli poderá ter que cumprir pena imediatamente. Nesse caso, o salário já suspenso não voltará a ser pago, e o mandato será automaticamente encerrado.