O mercado financeiro atualizou nesta segunda-feira (9) suas expectativas para os principais indicadores da economia brasileira. Os dados fazem parte do Boletim Focus, divulgado semanalmente pelo Banco Central. As projeções são baseadas em informações enviadas por mais de 100 instituições financeiras.
Segundo o relatório, a inflação esperada para 2025 caiu de 5,46% para 5,44%. Apesar da leve melhora, o índice ainda ultrapassa o limite da meta oficial, que é de 4,5%. Ou seja, o cenário segue desafiador, principalmente para as famílias que sentem o aumento dos preços no dia a dia.
Expectativas seguem acima da meta
Para os anos seguintes, o mercado manteve a previsão de inflação em 4,5% para 2026, 4% para 2027 e 3,85% para 2028. O objetivo do Banco Central com a nova política de meta contínua é manter a inflação em 3% ao ano, com uma margem de tolerância que vai de 1,5% a 4,5%.
Caso o índice fique acima ou abaixo do intervalo permitido por seis meses seguidos, o BC deve explicar publicamente o motivo. Em janeiro, isso já ocorreu com a inflação de 2024. O presidente da instituição, Gabriel Galípolo, enviou uma carta ao Ministério da Fazenda justificando o estouro da meta.
PIB com perspectiva de crescimento
Ao mesmo tempo, os analistas estão mais otimistas com o crescimento da economia. A previsão do PIB de 2025 subiu de 2,13% para 2,18%. Para 2026, houve também uma leve alta: de 1,80% para 1,81%. Esse indicador mede a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, servindo como termômetro da atividade econômica.
Mesmo com o cenário internacional incerto, os economistas projetam avanços graduais na economia brasileira, o que pode gerar mais emprego e renda nos próximos anos.
Juros, câmbio e balança comercial
A taxa básica de juros (Selic) deve seguir alta. A estimativa para o fim de 2025 continua em 14,75% ao ano. Para 2026, a previsão é de 12,50%, e para 2027, 10,50%. A expectativa para o dólar também permanece estável: R$ 5,80 para 2025 e R$ 5,89 para 2026.
Na balança comercial, o mercado espera um superávit de US$ 74,5 bilhões em 2025 e de US$ 78 bilhões em 2026. Já os investimentos estrangeiros diretos devem se manter em US$ 70 bilhões por ano, o que mostra confiança do exterior na economia brasileira.