Mercado eleva projeção do PIB para 2025; inflação segue acima da meta

Previsão do PIB para 2025 sobe para 2,18%; inflação recua levemente, mas segue acima da meta. Juros e dólar permanecem em alta

Foto: Marcello Casal Jr/ Agencia Brasil
Foto: Marcello Casal Jr/ Agencia Brasil

A projeção do mercado financeiro para o crescimento da economia brasileira em 2025 subiu de 2,13% para 2,18%. Os dados são do Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira (9). A pesquisa é feita semanalmente e reúne as expectativas de analistas de instituições financeiras sobre os principais indicadores econômicos.

PIB mantém trajetória de crescimento

Segundo o IBGE, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 1,4% no primeiro trimestre de 2025, impulsionado principalmente pelo setor agropecuário. Em 2024, a economia havia registrado uma expansão de 3,4%. Com isso, o país caminha para o quarto ano consecutivo de crescimento, algo que não ocorria desde 2021, quando o PIB avançou 4,8%.

Para os próximos anos, o mercado prevê um ritmo mais moderado: crescimento de 1,81% em 2026 e 2% em 2027 e 2028.

Inflação segue acima da meta

Apesar da expectativa de crescimento econômico, a inflação ainda preocupa. A projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2025 caiu levemente de 5,46% para 5,44%. No entanto, continua acima do teto da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional, que é de 4,5%.

A inflação acumulada em 12 meses está em 5,53%, pressionada por alimentos e medicamentos. Em abril, o IPCA ficou em 0,43%, mostrando desaceleração após altas de 1,31% em fevereiro e 0,56% em março. Já o IPCA-15, considerado uma prévia da inflação oficial, registrou 0,36% em maio.

Juros permanecem altos para conter inflação

Para controlar a inflação, o Banco Central mantém a taxa básica de juros (Selic) em 14,75% ao ano. Esse é o maior nível desde o início do ciclo de alta. O objetivo é frear o consumo e conter os preços, mas, por outro lado, os juros elevados também dificultam o acesso ao crédito e podem desacelerar a economia.

Na última reunião, o Comitê de Política Monetária (Copom) subiu a Selic em 0,5 ponto percentual — o sexto aumento consecutivo. O BC afirmou que o cenário global ainda é incerto, o que exige prudência nas próximas decisões.

A previsão do mercado é de que a Selic continue nesse patamar até o fim de 2025. A partir de 2026, espera-se que a taxa comece a cair gradualmente: 12,5% em 2026, 10,5% em 2027 e 10% em 2028.

Dólar deve continuar em alta

A estimativa para a cotação do dólar também subiu. O mercado prevê que a moeda americana feche 2025 a R$ 5,80. Para o final de 2026, a projeção é de R$ 5,89.