
O relatório final da CPI das Apostas Esportivas, entregue nesta terça-feira (10), recomenda o indiciamento de 16 pessoas por envolvimento com práticas ilegais relacionadas a casas de apostas. Entre os nomes mais conhecidos, aparecem as influenciadoras Virginia Fonseca e Deolane Bezerra, acusadas de usar sua visibilidade para promover apostas com promessas irreais de lucro.
Virginia e o poder da ilusão
Virginia é acusada de publicidade enganosa e estelionato. Segundo o relatório, ela simulava ganhos fictícios em vídeos promocionais, levando seguidores a acreditarem que poderiam enriquecer com facilidade. A prática, considerada nociva, explora a confiança que o público deposita em figuras populares das redes sociais.
A senadora Soraya Thronicke, relatora da CPI, afirma que esses conteúdos “induziam os seguidores ao erro, aproveitando-se da credibilidade conquistada pela influenciadora”.
Deolane e a aposta oculta
Já Deolane Bezerra é apontada como sócia oculta de uma casa de apostas chamada ZeroUm. Embora a empresa opere por decisão liminar, ela não tem autorização do governo federal para funcionar. A CPI acusa Deolane de lavagem de dinheiro, estelionato e participação em organização criminosa.
Apesar de alterações no quadro societário da empresa, a senadora garante que há fortes indícios de que Deolane permaneceu no comando, mesmo após sair formalmente da sociedade.
A lista completa dos indiciados
Além das duas famosas, outros nomes menos conhecidos do público também aparecem. Empresários, sócios de plataformas e operadores financeiros são citados por lavagem de dinheiro, sonegação fiscal, exploração ilegal de jogos de azar e até tentativa de influenciar o Judiciário.
Entre os citados, estão os empresários Marcus Vinicius Silva, acusado de criar um império com dinheiro de apostas ilegais, e Jorge Barbosa Dias, dono da MarjoSports, que já foi alvo de operações policiais.
Paybrokers na mira
A CPI também pede investigações sobre a empresa Paybrokers, apontada como intermediadora de recursos entre casas de apostas e o exterior. A operação, segundo o relatório, pode caracterizar crimes como lavagem de dinheiro e sonegação fiscal.
Propostas para frear o avanço das bets
Além dos pedidos de indiciamento, a relatora propôs 19 projetos de lei para conter o avanço descontrolado das apostas online no Brasil. Entre as propostas, estão:
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Proibição de apostas por beneficiários do CadÚnico
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Limitação do horário para realizar apostas (entre 19h e 3h)
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Criminalização da publicidade enganosa com até 4 anos de prisão
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Vedação da dedução de gastos com marketing no imposto das casas de aposta
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Proibição de bônus por perdas dos usuários (a chamada “cláusula da desgraça alheia”)