
Moraes afirmou que todos os réus devem estar presentes nos interrogatórios dos demais envolvidos. Ele explicou que isso assegura o direito à ampla defesa e ao contraditório, princípios fundamentais do processo penal.
Segundo o ministro, não cabe ao réu definir como o processo será conduzido. Ele pode escolher falar ou ficar em silêncio, mas não pode se ausentar das etapas oficiais da investigação.
Depoimento cita Bolsonaro e generais
Durante seu interrogatório, Mauro Cid entregou detalhes importantes da acusação. Ele afirmou que Bolsonaro leu, revisou e modificou a chamada minuta do golpe, um documento que previa medidas ilegais para mantê-lo no poder após a derrota nas urnas.
Cid também mencionou que o general Braga Netto fazia parte do núcleo que discutia estratégias para impedir a posse de Lula. Segundo o militar, Bolsonaro demonstrava preocupação constante com as urnas eletrônicas e buscava formas de invalidar o resultado.
Interrogatórios continuam nos próximos dias
Com a decisão de Moraes, Mauro Cid terá que estar presente nos depoimentos dos demais réus, incluindo o de Jair Bolsonaro. A medida vale para toda a fase de instrução do processo.
No primeiro dia de audiências, Cid cumprimentou Bolsonaro com um aperto de mão e prestou continência para os generais Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira, também réus no processo.
Defesa queria afastamento
Os advogados de Mauro Cid argumentaram que sua presença não era mais necessária, pois ele já havia prestado colaboração e estava à disposição para eventuais esclarecimentos.
Ainda assim, Moraes reforçou que, mesmo para réus que colaboraram, o acompanhamento dos atos processuais é obrigatório. Ele classificou isso como uma forma de preservar o equilíbrio e a transparência do julgamento.