Dólar cai com trégua entre China e EUA e pacote de Haddad

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O dólar iniciou esta quarta-feira (11) em queda de 0,22%, cotado a R$ 5,55 no fim da manhã. O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, recuava 0,37%, refletindo o clima misto entre investidores.

Do lado positivo, o mercado reagiu bem à inflação dos Estados Unidos, que veio abaixo do esperado. Além disso, o anúncio de um acordo entre EUA e China para tentar restaurar a trégua comercial trouxe algum alívio. No entanto, as medidas econômicas do governo brasileiro ainda causam dúvidas e deixaram os investidores em compasso de espera.

Trégua entre potências renova o otimismo externo

Após dois dias de negociação em Londres, representantes dos Estados Unidos e da China confirmaram que chegaram a um acordo preliminar sobre tarifas de importação. O presidente Donald Trump reforçou nesta quarta-feira que o entendimento “está fechado” e que a relação com a China “está excelente”.

Esse avanço reduz o risco de uma nova escalada na guerra comercial, o que poderia prejudicar o comércio global. Assim, os investidores respiraram mais aliviados, principalmente os que dependem de cadeias produtivas globais.

Inflação abaixo do esperado alivia pressão sobre o Fed

Outro fator importante veio dos Estados Unidos. A inflação oficial do país subiu apenas 0,1% em maio, resultado melhor que o esperado pelo mercado. Em 12 meses, a alta ficou em 2,4%, ainda dentro do limite que o Federal Reserve (banco central americano) considera razoável.

Com isso, cresce a expectativa de que o Fed não aumente os juros na próxima reunião. Isso favorece países emergentes como o Brasil, pois reduz a pressão sobre o câmbio.

Medidas de Haddad dividem os analistas

No Brasil, os olhos seguem voltados para o pacote do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. As medidas tentam compensar a revogação do aumento do IOF, após forte reação negativa do mercado e do Congresso.

Entre as ações propostas, está a unificação da alíquota do Imposto de Renda sobre investimentos em 17,5%, além de tributação de LCI e LCA e aumento da CSLL para bancos e fintechs. O governo também planeja cortar 10% dos gastos tributários e revisar despesas primárias.

Apesar da tentativa de ajuste, parte do mercado considera que o governo deveria focar em reformas estruturais. As medidas apresentadas são vistas como pontuais e com efeito fiscal limitado.