Dólar opera em queda em meio à guerra e expectativa por juros

Dólar bate R$ 6 e oscila com incertezas no pacote fiscal
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

O mercado financeiro começou a semana em clima de atenção moderada. Nesta segunda-feira (16), o dólar caiu 0,29% pela manhã, sendo cotado a R$ 5,52. Ao mesmo tempo, o Ibovespa subia 0,66%, alcançando 138 mil pontos.

Apesar do cenário ainda instável, os investidores demonstraram menos pânico diante do conflito entre Israel e Irã, que segue sem previsão de cessar-fogo. A guerra já dura quatro dias e provocou a morte de mais de 200 pessoas.

Conflito continua no radar

No fim de semana, Israel bombardeou áreas estratégicas no Irã, incluindo instalações militares e de petróleo. Em resposta, o Irã lançou mísseis contra regiões urbanas israelenses. O confronto provocou uma forte alta nos preços do petróleo, que chegou a subir mais de 14%.

Contudo, nesta segunda, o clima nos mercados internacionais ficou menos tenso. Os investidores agora acompanham os próximos passos das autoridades econômicas, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos.

Superquarta concentra atenções

A chamada “Superquarta”, marcada para dia 18, será decisiva. Nesse dia, o Banco Central brasileiro e o Federal Reserve, dos Estados Unidos, anunciarão suas decisões sobre as taxas de juros.

Por aqui, o mercado aposta que o Copom manterá a Selic em 14,75% ao ano. Alguns economistas, porém, acreditam que pode haver mais um aumento, levando a taxa para 15%. Essa taxa é a maior dos últimos 20 anos e visa conter a inflação no país.

Nos EUA, a expectativa é de manutenção da taxa básica, atualmente entre 4,25% e 4,50%. Ainda assim, analistas esperam que o Fed inicie cortes a partir de setembro.

Petróleo e risco global

Além dos juros, os preços do petróleo seguem como fator de atenção. O temor é que o conflito atinja o Estreito de Ormuz, rota por onde passa 20% do petróleo global. Até agora, o Irã nega danos às suas instalações energéticas.

Essa possibilidade, no entanto, já elevou o valor do barril e aumentou a aversão ao risco nos mercados. Em momentos de incerteza, investidores costumam procurar ativos seguros, como o ouro e o dólar. Isso explica a alta recente da moeda americana.

Impostos em debate

No Brasil, outra questão que influencia o mercado é o debate sobre o IOF. O governo editou um novo pacote tributário que aumenta a taxação sobre apostas, criptoativos e investimentos isentos, como LCI e LCA.

A proposta ainda enfrenta resistência no Congresso. A Câmara dos Deputados deve votar um pedido de urgência para derrubar o decreto presidencial.

Economistas alertam que o governo precisa equilibrar a arrecadação, mas também discutir a eficiência dos gastos públicos e avançar em reformas estruturais.