Revista Poder

Dólar começa o dia em alta em meio a tensão entre potências

BC anuncia leilão de US$ 3 bilhões para frear alta do dólar - 1

O dólar iniciou esta terça-feira (17) em alta de 0,14%, sendo cotado a R$ 5,4934 logo no começo do pregão. A movimentação da moeda americana acontece em meio a dois fatores principais: o conflito entre Israel e Irã e a crise política em torno do IOF no Brasil.

Tensão internacional preocupa investidores

O mercado internacional segue atento à escalada da guerra no Oriente Médio. O confronto entre Israel e Irã chegou ao quinto dia e já provocou mortes, ataques a instalações nucleares e alta nos preços do petróleo.

Com o aumento da tensão, os investidores passaram a buscar ativos mais seguros, como o dólar e o ouro. Esse movimento é comum em momentos de incerteza, pois os riscos de perdas aumentam em mercados mais voláteis.

Além disso, existe o temor de que a guerra afete o Estreito de Ormuz, por onde passa cerca de 20% do petróleo consumido no mundo. Uma interrupção nesse corredor estratégico pode gerar um novo salto nos preços globais do combustível.

Juros entram no radar com a “Superquarta”

Nesta semana, o mercado também acompanha a chamada Superquarta, quando os bancos centrais do Brasil e dos Estados Unidos anunciam decisões sobre os juros.

No Brasil, há expectativa de que o Copom mantenha a Selic em 14,75% ao ano, embora alguns analistas prevejam novo aumento. Já nos Estados Unidos, a projeção é de manutenção da taxa atual, mas os investidores esperam sinais sobre futuros cortes ainda neste ano.

Essas decisões impactam diretamente o câmbio. Juros mais altos tornam um país mais atrativo para investidores estrangeiros, o que pode valorizar sua moeda. Por isso, o mercado observa com atenção qualquer mudança nas sinalizações.

Disputa sobre o IOF amplia incerteza no Brasil

No cenário interno, a Câmara dos Deputados aprovou ontem (16) um pedido de urgência para votar a suspensão do decreto do governo federal que aumentou o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

A medida, que visa barrar o aumento de tributos, tem gerado atritos entre o Congresso e o Executivo. Parte do mercado avalia que a crise sinaliza dificuldades do governo em controlar as contas públicas e em aprovar reformas estruturais.

Esse tipo de incerteza costuma gerar desconfiança nos investidores. Como resultado, a busca por moedas mais estáveis, como o dólar, cresce, pressionando a cotação para cima.

Bolsa mantém ritmo positivo

Apesar do avanço do dólar, o Ibovespa — principal índice da Bolsa de Valores — fechou a segunda-feira (16) com alta de 1,49%, alcançando os 139.256 pontos. O movimento foi impulsionado pela queda no preço do petróleo e pela expectativa de estabilidade nos juros.

Mesmo assim, a instabilidade permanece. O mercado segue dividido entre o otimismo com o cenário doméstico e a cautela provocada pelos conflitos externos e a política fiscal no país.

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