
O dólar opera em queda nesta quarta-feira (18), enquanto investidores acompanham com atenção dois focos principais: as decisões sobre os juros no Brasil e nos Estados Unidos, e a crise entre Irã e Israel, que ganhou novos contornos com as ameaças de Donald Trump.
Dólar cai com expectativa de juros estáveis
Pela manhã, a moeda americana caiu 0,41%, cotada a R$ 5,4757. Foi a segunda vez na semana que o dólar ficou abaixo dos R$ 5,50, o que não acontecia havia oito meses. O Ibovespa operava com leve queda de 0,08%, aos 138.724 pontos.
Essa movimentação reflete o clima de cautela antes da chamada Superquarta, dia em que o Banco Central brasileiro e o Federal Reserve (Fed), nos Estados Unidos, anunciam suas decisões sobre as taxas de juros.
Decisões importantes movimentam o dia
A maioria do mercado espera que o BC mantenha a Selic em 14,75% ao ano, interrompendo o ciclo de alta que começou em 2022. Já nos EUA, a expectativa é semelhante: o Fed deve manter os juros entre 4,25% e 4,5%.
Segundo o Itaú, o momento pede cautela. “O Copom deve encerrar o ciclo de aperto monetário, mas manter os juros altos por mais tempo”, afirma o banco.
Tensão entre Irã e EUA assusta investidores
Além do cenário monetário, o mercado está atento à possível escalada do conflito no Oriente Médio. As ameaças de Trump ao Irã aumentaram a percepção de risco. O presidente americano chegou a afirmar que considera atacar instalações nucleares iranianas.
Trump usou as redes sociais para dizer que a paciência dos EUA está acabando. Ele chegou a mencionar que sabe onde o líder iraniano está escondido. Três minutos depois, postou a frase “Rendição incondicional“.
O Irã respondeu com firmeza. O líder supremo Ali Khamenei declarou que qualquer ataque dos EUA teria consequências irreparáveis.
Petróleo oscila e bolsas caem
O preço do petróleo chegou a subir mais de 14% no início da semana, impulsionado pelo risco de interrupção no Estreito de Ormuz, rota crucial para o transporte da commodity. Mesmo com a queda no fim do pregão, os preços continuam elevados.
Esse cenário afetou as bolsas de Nova York, que fecharam em queda. Investidores preferiram ativos mais seguros, como o ouro e títulos públicos.
Juros em debate nos dois países
Por aqui, o Banco Central avalia os efeitos do atual patamar da Selic, a maior em quase 20 anos. Juros altos ajudam a conter a inflação, mas desaceleram o consumo.
Nos Estados Unidos, o debate também gira em torno da inflação e do risco de recessão. Apesar de prever estabilidade nesta reunião, o mercado aposta em dois cortes de juros até o fim do ano, o primeiro deles em setembro.