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STF manda apurar juiz que soltou golpista condenado a 17 anos

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Alexandre de Moraes | Foto: Reprodução Instagram (@ministroalexandremoraes)

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a abertura de investigação contra um juiz que autorizou a soltura de um réu condenado pelos atos golpistas de 8 de janeiro. A ordem também prevê a prisão imediata do homem beneficiado pela decisão judicial.

Juiz liberou réu sem aval do Supremo

O juiz Lourenço Migliorini Fonseca Ribeiro, da Vara de Execuções Penais de Uberlândia (MG), soltou Antônio Cláudio Alves Ferreira, condenado a 17 anos de prisão. Ele foi responsabilizado por quebrar o relógio histórico de Balthazar Martinot, no Palácio do Planalto.

Segundo Moraes, o juiz mineiro atuou fora da sua competência. Apenas o STF tem autoridade para autorizar qualquer mudança no regime de cumprimento de pena dos envolvidos no 8 de janeiro.

Soltura desrespeitou critérios legais

Antônio Cláudio havia sido condenado por crimes com violência e, por isso, só poderia ter direito ao semiaberto após cumprir ao menos 25% da pena. No entanto, o juiz entendeu que ele já se encaixava nas exigências para a progressão.

Outro ponto que gerou polêmica foi a ausência da tornozeleira eletrônica. O juiz afirmou que, como o estado não dispõe do equipamento, a libertação não deveria ser adiada.

O reeducando não pode ser prejudicado pela morosidade do Estado”, escreveu o magistrado. Ele determinou a liberação sem tornozeleira e pediu que o réu fosse incluído na fila de espera pelo equipamento.

Moraes reage e ordena nova prisão

Ao analisar o caso, Moraes considerou a decisão ilegal e mandou prender novamente o condenado. Ele também exigiu que a autoridade policial do STF apure a conduta do juiz que assinou o alvará de soltura.

O ministro explicou que nenhuma decisão da Corte delegou poderes ao magistrado de Minas para autorizar mudanças no regime de cumprimento da pena. A liberação, portanto, violou as regras processuais.

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