Revista Poder

EUA e Irã retomam negociações sobre programa nuclear após ataques

O presidente dos EUA, Donald Trump | Foto: Isac Nóbrega/PR

Os Estados Unidos anunciaram que vão retomar o diálogo nuclear com o Irã na próxima semana. A declaração foi feita nesta quarta-feira (25) pelo presidente Donald Trump, durante a cúpula da Otan, em Haia, na Holanda.

Conflito recente deixou cenário instável

A reunião acontece após quase duas semanas de guerra entre Israel e Irã, que resultou em graves danos às instalações nucleares iranianas. Mesmo com o anúncio do encontro, Trump afirmou que os ataques das forças americanas e israelenses teriam sido tão fortes que um novo acordo com Teerã talvez nem seja mais necessário.

O presidente comparou a ofensiva às bombas lançadas sobre Hiroshima e Nagasaki, na Segunda Guerra Mundial. “Não quero usar o exemplo de Hiroshima, mas foi basicamente a mesma coisa. Isso acabou com aquela guerra. Isto acabou com esta”, afirmou Trump.

Washington defende ofensiva como resposta nuclear

A equipe do presidente reforçou o discurso. Segundo John Ratcliffe, diretor da CIA, os danos ao programa nuclear do Irã foram profundos. Ele afirmou que algumas usinas precisarão ser reconstruídas do zero nos próximos anos.

A diretora de Inteligência Nacional, Tulsi Gabbard, disse que os complexos de Natanz, Fordow e Isfahan foram seriamente afetados. Já o secretário de Estado, Marco Rubio, informou que o ataque destruiu uma instalação de conversão nuclear, essencial para transformar o combustível em material bélico.

Irã admite danos, mas mantém posição

Mesmo o governo iraniano confirmou os estragos. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Esmail Baghaei, reconheceu os danos, mas evitou detalhes. Ele afirmou que o país poderá permitir a volta de inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), embora ainda exista um projeto no Parlamento que propõe suspender temporariamente essa relação.

Baghaei reforçou que o Irã continuará defendendo seu direito de desenvolver energia nuclear para fins pacíficos. “Estamos determinados a preservar esse direito sob quaisquer circunstâncias”, disse ele à TV Al-Jazeera.

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