Dólar recua e investidores analisam cenário no Brasil e nos EUA

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O dólar iniciou a sexta-feira (27) em queda, com leve recuo de 0,08%, cotado a R$ 5,49 por volta das 11h15. Ao longo da manhã, chegou a atingir a mínima de R$ 5,45. Em paralelo, o Ibovespa operava com variação negativa de 0,09%, registrando 136.984 pontos.

O movimento reflete o impacto de dados econômicos recentes, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, além das repercussões políticas da derrubada do aumento do IOF pelo Congresso Nacional.

Indicadores no radar

No Brasil, os números divulgados pelo IBGE chamaram atenção. A taxa de desemprego caiu para 6,2%, o menor nível desde 2014. Isso representa uma redução no número de pessoas desocupadas, que agora somam 6,8 milhões.

Além disso, o número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado atingiu 39,8 milhões, um recorde histórico. A informação reforça o momento positivo do mercado de trabalho brasileiro.

Outro dado relevante veio da Fundação Getulio Vargas (FGV). O IGP-M, índice que mede a inflação no atacado, registrou queda de 1,67% em junho, surpreendendo o mercado. Já o Índice de Confiança de Serviços também recuou, apontando menor otimismo para os próximos meses.

Movimento nos EUA influencia câmbio

Nos Estados Unidos, os investidores acompanharam a divulgação do índice de preços PCE, um dos mais observados pelo Federal Reserve. Em maio, o PCE subiu 0,1%, o mesmo percentual de abril.

A inflação anual medida pelo índice foi de 2,3%, o que fortaleceu a expectativa de que o banco central americano possa cortar os juros ainda este ano.

Além disso, os gastos dos consumidores recuaram 0,1%, indicando possível desaceleração da economia. O dado animou os mercados, já que a pressão inflacionária parece mais controlada.

Queda do IOF acende alerta fiscal

A derrubada do aumento do IOF pelo Congresso também movimentou o mercado. A medida foi aprovada com ampla maioria e representa uma perda de R$ 10 bilhões na arrecadação federal em 2025.

Com isso, cresce a pressão sobre o governo para encontrar alternativas de corte de gastos. A expectativa é de que novos bloqueios no Orçamento sejam anunciados em breve.

Segundo analistas, a articulação entre os presidentes da Câmara, Hugo Motta, e do Senado, Davi Alcolumbre, mostra força do Congresso nas negociações com o Palácio do Planalto.

Guerra comercial volta ao radar

No cenário internacional, o prazo de suspensão do tarifaço de Donald Trump está perto do fim. Isso preocupa os mercados, já que novas tarifas sobre importações podem aumentar os custos e pressionar a inflação.

O presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou que vai analisar os impactos antes de decidir sobre os juros. Enquanto isso, Trump intensificou críticas a Powell e, segundo o The Wall Street Journal, avalia substituí-lo antes do fim do mandato.