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Haddad critica tarifa de Trump e diz que Brasil não será vassalo de extremistas

Haddad - Foto Lula Marques

Foto Lula Marques/ Agência Brasil

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, criticou duramente a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor uma tarifa de 50% sobre as exportações brasileiras. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e, segundo Haddad, representa um “ataque ao Brasil” sem justificativa econômica.

Medida tem motivação política, diz ministro

Para Haddad, a decisão tem raízes políticas. Ele afirmou que forças extremistas brasileiras estariam por trás da ação americana. “Esse golpe contra a soberania nacional foi urdido por forças extremistas de dentro do país”, declarou.

Segundo ele, a medida visa proteger a família Bolsonaro, especialmente o ex-presidente Jair Bolsonaro, atualmente réu no Supremo Tribunal Federal. “É uma tentativa de escapar do processo judicial que está em curso”, disse. O ministro também citou o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro, que vive nos EUA, como um dos articuladores do movimento.

Efeitos atingem economia e setor produtivo

O impacto da tarifa será amplo. Produtos como suco de laranja, aviões da Embraer e maquinário — muitos deles produzidos em São Paulo — estão entre os mais prejudicados. Haddad fez críticas diretas ao governador do estado, Tarcísio de Freitas, que apoia o ex-presidente Bolsonaro.

“A extrema-direita deu um tiro no pé. Está prejudicando o principal estado exportador do país”, afirmou. Em seguida, completou: “Ou se é candidato a presidente, ou se é candidato a vassalo. E o Brasil não aceita mais vassalagem desde 1822”.

Diplomacia será o caminho, diz Haddad

Apesar da gravidade do caso, Haddad defendeu a busca por soluções diplomáticas. Ele ressaltou que a relação entre Brasil e Estados Unidos é histórica e baseada em interesses comuns. “Foi um dia ruim. Mas vamos encontrar um caminho para superar esse episódio”, disse.

O presidente Lula já anunciou que o país irá responder com a Lei de Reciprocidade Econômica. Enquanto isso, representantes da indústria e do agronegócio buscam apoio do governo para lidar com os impactos.

Brasil defende multilateralismo e equilíbrio

Para o ministro, o episódio mostra os limites da globalização comandada por potências do Norte Global. Ele defendeu uma postura mais pragmática e diversificada nas relações internacionais.

“O Brasil é grande demais para ser apêndice de qualquer bloco. Acreditamos numa reglobalização sustentável e equilibrada”, afirmou Haddad. Ele também alertou que, ao seguir a agenda de um político extremista local, os EUA estão agredindo 215 milhões de brasileiros.

 

Fonte: Agência Brasil

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