
Após anos de disputa nos tribunais, Jay Y. Lee, chairman executivo da Samsung Electronics, venceu uma das mais longas batalhas judiciais do setor corporativo. Nesta quinta-feira (17), a Suprema Corte da Coreia do Sul inocentou o executivo de todas as 19 acusações ligadas à fusão entre a Samsung C&T e a Cheil Industries, ocorrida em 2015.
A promotoria alegava que o acordo permitiu a Lee ampliar seu controle sobre o grupo. Porém, os juízes discordaram. Eles confirmaram a decisão do Tribunal Superior de Seul, que já havia rejeitado as acusações no ano passado. Com isso, a Corte máxima do país encerrou definitivamente o caso.
Reação imediata do mercado
O mercado reagiu com otimismo. Logo após o anúncio, as ações da Samsung Electronics subiram até 2,3%. Já os papéis da Samsung Biologics avançaram 3,1%. Para investidores, a decisão representa alívio e renova a confiança na estabilidade da liderança da empresa.
Além disso, o desfecho permite que a Samsung volte seu foco para os desafios estratégicos. Atualmente, a empresa luta para retomar sua liderança na produção de chips avançados, essenciais para a revolução da inteligência artificial.
Nova chance para recuperar a liderança em tecnologia
Nos últimos anos, a rival sul-coreana SK Hynix superou a Samsung em segmentos de chips usados em IA. Enquanto isso, o cenário geopolítico ficou mais complexo. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou impor tarifas sobre chips importados, o que preocupa autoridades sul-coreanas. O ministro do Comércio, Yeo Han-koo, alertou nesta semana que tais medidas podem afetar seriamente o principal setor de exportação do país.
Diante disso, a decisão judicial vem em boa hora. A Samsung pode agora tomar decisões estratégicas sem o peso das incertezas jurídicas. Como declarou o consultor jurídico da empresa: “A Suprema Corte confirmou que a fusão da Samsung C&T e o tratamento contábil da Samsung Biologics foram legais”.
Fim de uma era de turbulências
A trajetória de Jay Y. Lee nos tribunais começou em 2020, mas os escândalos políticos ao redor de sua figura remontam à década passada. Ele chegou a ser condenado por corrupção em um caso que envolveu a ex-presidente Park Geun-hye, afastada do cargo em 2017. No entanto, em 2022, Lee recebeu um perdão presidencial, o que lhe permitiu assumir oficialmente o comando do conglomerado fundado por seu avô.
Agora, aos 57 anos, o executivo pode finalmente virar a página. A absolvição representa mais do que uma vitória pessoal: ela sinaliza um novo ciclo para a maior fabricante de chips de memória do mundo.
Fonte: Bloomberg Línea