Mercado reduz previsão da inflação para 2025 e mantém otimismo com o PIB

Apesar de pressões pontuais, projeções para o IPCA seguem em queda; expectativa é de crescimento de 2,23% na economia brasileira neste ano

dinheiro notas de real – 1 – Foto Freepik

O mercado financeiro voltou a revisar para baixo a estimativa de inflação oficial do país em 2025. Segundo o Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (21) pelo Banco Central, a previsão para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) caiu de 5,17% para 5,10%. Essa é a oitava redução consecutiva nas projeções dos analistas.

Mesmo com o recuo, a inflação estimada para este ano ainda está acima do teto da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. Assim, o limite superior permitido é de 4,5%.

Com o novo regime de metas em vigor desde 2024, o fato de a inflação acumulada em 12 meses estar acima do teto por seis meses consecutivos — como ocorre atualmente, com índice de 5,35% — obriga o presidente do Banco Central a justificar o descumprimento por meio de carta aberta ao ministro da Fazenda.

A desaceleração registrada em junho, quando o IPCA subiu 0,24%, foi influenciada pela primeira queda nos preços dos alimentos em nove meses, o que ajudou a conter a pressão provocada pela alta da energia elétrica.

Juros devem se manter elevados

Para controlar a inflação, o principal instrumento do Banco Central continua sendo a taxa Selic, atualmente fixada em 15% ao ano. Na última reunião, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou os juros em 0,25 ponto percentual — a sétima alta seguida — e indicou que o patamar deverá ser mantido nas próximas reuniões.

No entanto, o BC não descartou novas elevações, caso os indicadores apontem risco de nova alta nos preços. A decisão surpreendeu parte do mercado, que já esperava estabilidade nos juros. Ainda assim, os analistas projetam que a Selic deve encerrar o ano no atual nível, com quedas apenas a partir de 2026, quando a taxa deve recuar para 12,5% ao ano. Para 2027 e 2028, a previsão é de 10,5% e 10%, respectivamente.

Economia segue em ritmo moderado

Apesar do cenário de juros altos, a previsão para o crescimento da economia brasileira em 2025 foi mantida em 2,23%. O desempenho do PIB no primeiro trimestre, impulsionado pela agropecuária, já havia sinalizado um avanço de 1,4%, conforme dados do IBGE.

Para os anos seguintes, o mercado estima crescimento mais modesto: 1,88% em 2026 e 2% tanto em 2027 quanto em 2028. Em 2024, o PIB registrou alta de 3,4%, a maior expansão desde 2021.

No câmbio, a projeção para o dólar subiu levemente, com estimativa de R$ 5,65 no fim deste ano e R$ 5,70 ao final de 2026.