O recente aumento tarifário de 50% anunciado pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros preocupa o governo federal. A medida, segundo o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Wellington Dias, pode prejudicar a produção nacional de alimentos e afetar o equilíbrio do mercado interno.
Preço mais baixo, mas com riscos
A decisão norte-americana pode levar, inicialmente, à queda no preço de alimentos no Brasil. Isso acontece porque a redução nas exportações tende a aumentar a oferta no mercado interno. Com mais produtos disponíveis, os preços caem.
Contudo, o ministro destaca que esse efeito pode ser apenas temporário. “É preciso garantir preços justos para consumidores e produtores. Se o produtor for desestimulado, a produção cai e todos perdem”, afirmou.
Competitividade é a prioridade
Para Dias, o objetivo não deve ser baixar preços apenas por influência externa. Ele defende que a redução venha da competitividade, com maior produtividade e acesso facilitado ao crédito.
“Queremos que os preços diminuam por mais eficiência no campo, não por barreiras comerciais. Precisamos de financiamento com juros mais baixos e apoio técnico para produzir mais na mesma área”, explicou.
Alternativas para o mercado externo
Diante das novas tarifas, o governo brasileiro está buscando novos mercados. A estratégia envolve a Apex (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) e outros ministérios. O foco está em apoiar produtores de setores como mel, frutas e carne.
“Estamos trabalhando para diversificar os destinos das nossas exportações. Assim, protegemos os produtores e reduzimos os efeitos negativos das medidas norte-americanas”, disse Dias.
Críticas à postura dos Estados Unidos
O ministro também rebateu os argumentos apresentados por Donald Trump. Segundo ele, a alegação de prejuízo comercial dos EUA na relação com o Brasil não se sustenta. “Compramos mais dos Estados Unidos do que vendemos. A relação comercial sempre foi favorável a eles”, afirmou.
Ele ainda sugeriu que os ataques têm motivações políticas, e não econômicas. “São ações fora de contexto, relacionadas a investigações no Brasil. Precisamos de uma apuração internacional sobre possíveis manipulações no mercado de câmbio”, alertou.
Há suspeitas de que investidores tenham sido avisados antecipadamente sobre o tarifaço e lucrado com a alta do dólar antes do anúncio oficial.
Diplomacia e firmeza
Apesar das críticas, Wellington Dias defende uma resposta equilibrada. “Devemos proteger nossos interesses com firmeza, mas mantendo o diálogo e a diplomacia. O Brasil continuará buscando soluções negociadas”, concluiu.
Fonte: Agência Brasil