
O Conselho Curador do FGTS aprovou nesta quinta-feira (24) a distribuição de R$ 12,9 bilhões dos lucros obtidos em 2024 aos trabalhadores com contas vinculadas ao fundo. O valor representa 95% do lucro total do ano passado, que foi de R$ 13,6 bilhões. A previsão é de que os depósitos sejam feitos até o fim de agosto — com possibilidade de antecipação para julho, segundo a Caixa Econômica Federal.
Quem tem direito e como calcular
Todos os trabalhadores com contas ativas ou inativas no FGTS com saldo em 31 de dezembro de 2024 receberão parte do lucro. A divisão será proporcional ao valor que havia na conta: quanto maior o saldo, maior o crédito. Para saber o valor a receber, basta multiplicar o saldo em 31/12/2024 pelo índice de 0,02042919.
Com a distribuição, a rentabilidade total do FGTS em 2024 alcança 6,05%, acima da inflação do ano, que ficou em 4,83%. A consulta dos valores poderá ser feita pelo aplicativo do FGTS ou no site da Caixa.
Queda no lucro e aumento nos saques
Apesar da distribuição, o lucro do FGTS caiu 41,8% em comparação a 2023, quando atingiu um recorde de R$ 23,4 bilhões. Entre os motivos para a queda estão o aumento dos subsídios no programa Minha Casa Minha Vida e a ausência de receitas extraordinárias como as registradas em 2023, com o caso do Porto Maravilha no Rio de Janeiro.
A arrecadação do fundo cresceu 9% no último ano, passando de R$ 175,4 bilhões para R$ 192 bilhões, impulsionada pela valorização dos salários e crescimento do emprego formal. No entanto, os saques aumentaram ainda mais: subiram 15% no mesmo período, somando R$ 163,3 bilhões. O aumento foi puxado, principalmente, pela modalidade saque-aniversário e pelas retiradas motivadas pela calamidade no Rio Grande do Sul.
Histórico de repasses
Em 2024, o FGTS já havia distribuído R$ 15,2 bilhões aos trabalhadores com base nos lucros de 2023. Em anos anteriores, a fatia do lucro repassada variou: em 2023, por exemplo, apenas 65% do lucro recorde foi redistribuído, enquanto em 2022, a taxa chegou a 99%.
Com a decisão atual, cerca de 134 milhões de brasileiros receberão depósitos proporcionais à sua participação no fundo, em mais uma tentativa de reforçar o poder de compra dos trabalhadores e aumentar a atratividade do FGTS como reserva financeira.
Fonte: Globo