Tarcísio diz que daria indulto a Bolsonaro como primeiro ato presidencial

Bolsonaro e Tarcísio || Créditos: Reprodução/Twitter

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou que, se um dia assumir a Presidência da República, seu primeiro ato seria conceder um indulto ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A declaração foi feita em entrevista publicada na sexta-feira (29) pelo jornal Diário do Grande ABC.

“Na hora. Primeiro ato. Porque eu acho que tudo isso que está acontecendo é absolutamente desarrazoado”, disse Tarcísio, ao responder sobre a possibilidade de indulto presidencial a Bolsonaro.

O que Tarcísio disse sobre disputar a Presidência

O governador destacou que não se coloca como candidato ao Palácio do Planalto no momento. Segundo ele, o tamanho de São Paulo gera naturalmente especulações eleitorais, mas a história mostra que poucos governadores paulistas chegaram ao cargo mais alto da República.

“Eu não sou candidato à Presidência, vou deixar isso bem claro. Todo governador de São Paulo é presidenciável, pelo tamanho do Estado, um Estado muito importante. Mas vamos pegar na história recente qual foi o governador de São Paulo que se tornou presidente da República: o último foi Jânio Quadros e o penúltimo foi Washington Luís”, afirmou.

Críticas ao Judiciário e defesa de Bolsonaro

Durante a entrevista, Tarcísio criticou o sistema judiciário e manifestou apoio a Bolsonaro, que será julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a partir de terça-feira (03). O ex-presidente é acusado de tentativa de golpe de Estado.

“Não acredito em elementos para ele ser condenado, mas infelizmente hoje eu não posso falar que confio na Justiça, por tudo que a gente tem visto”, declarou o governador.

Defesa da anistia e cobrança ao Congresso

Além da proposta de indulto, Tarcísio defendeu a anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023. Ele reforçou que a solução deve ser conduzida pelo Congresso Nacional, como já ocorreu em outros momentos da história política do país.

“A gente tem falado com partidos, acredito muito em uma saída política via Congresso, e o Congresso tem que ter sua prerrogativa respeitada para construir uma solução política. Essa solução (anistia) não é novidade, esteve presente em outros momentos do Brasil”, disse, citando desde revoltas coloniais até o “movimento de 64”.

Tarcísio ainda cobrou o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), para que leve a proposta de anistia ao plenário. Sem citar nomes, ele afirmou: “Entendo que os presidentes da Casa têm que submeter isso à vontade do plenário, e não pode ter interferência de outro Poder”.