Revista Poder

Brasil pode negociar minerais críticos e terras raras com os EUA, diz Haddad

Ministro da Fazenda afirma que acordo pode envolver cooperação para produção de baterias eficientes

Valter Campanato/Agência Brasil

Valter Campanato/Agência Brasil

Governo brasileiro vê oportunidade estratégica em recursos minerais

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, informou nesta segunda-feira (4) que o Brasil considera incluir minerais críticos e terras raras nas negociações comerciais com os Estados Unidos. Segundo ele, o governo brasileiro enxerga esses recursos como uma vantagem estratégica para firmar acordos com foco em inovação e energia limpa.

“Temos minerais críticos e terras raras. Os Estados Unidos não são ricos nesses minerais. Podemos fazer acordos de cooperação para produzir baterias mais eficientes”, afirmou Haddad, em entrevista à BandNews.

Recursos como lítio e nióbio são fundamentais na produção de baterias elétricas e chips utilizados em inteligência artificial (IA). Nesse contexto, o Brasil tem buscado se posicionar como fornecedor relevante no cenário internacional. Desde maio, o governo discute um novo marco regulatório para IA e centros de processamento de dados (datacenters), o que fortalece ainda mais essa estratégia.

Medidas contra tarifaço dos EUA serão anunciadas

Enquanto isso, o governo prepara uma resposta ao pacote de tarifas anunciado pelos Estados Unidos, que deve entrar em vigor nesta quarta-feira (6). Haddad confirmou que o plano de contingência está pronto e será divulgado antes da aplicação das medidas.

O vice-presidente Geraldo Alckmin, também responsável pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, adiantou alguns pontos do plano. As ações incluem linhas de crédito especiais e incentivos para ampliar a presença de empresas brasileiras nas compras governamentais. O objetivo é proteger setores mais sensíveis às novas tarifas.

Setores ainda podem ser poupados

Apesar da tensão comercial, o Brasil continua negociando com os EUA. Haddad demonstrou otimismo e destacou que o governo brasileiro permanece aberto ao diálogo.

“Não vamos sair da mesa de negociação até que possamos construir um acordo com interesses mútuos. Nesses termos, o Brasil não aceitará uma taxação injusta”, disse o ministro.

Por outro lado, há chances reais de que alguns produtos sejam retirados da lista de tarifas. O setor cafeeiro é um dos mais esperançoso. Após se reunir com Alckmin, o presidente do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), Marcio Ferreira, afirmou que existe 50% de chance de o café ser excluído da tarifa de 50%.

Fonte: Agência Brasil

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