O presidente Luiz Inácio Lula da Silva articula uma ligação estratégica com o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, nos próximos dias. O objetivo é alinhar uma resposta conjunta ao novo pacote de tarifas imposto pelos Estados Unidos, que passou a taxar produtos indianos com mais 25%. Com isso, a carga total de tarifas sobre as exportações da Índia para o mercado americano chega a 50%.
O Brasil, que também foi alvo de tarifas semelhantes, pretende coordenar com a Índia um esforço internacional para mitigar os impactos econômicos causados pelas medidas unilaterais adotadas por Washington. Lula tem defendido a atuação conjunta entre os países do Brics como forma de enfrentamento à escalada protecionista.
Brasil avalia impacto econômico das medidas e busca soluções
Enquanto Lula se movimenta no campo diplomático, o Ministério da Fazenda também atua para tentar conter os efeitos negativos da nova política tarifária dos Estados Unidos. O ministro Fernando Haddad está em tratativas para uma reunião com o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent. A conversa está prevista para acontecer na próxima semana.
O encontro terá como foco a tentativa de abrir espaço para o diálogo. Além disso, a equipe econômica espera discutir alternativas que possam suavizar os impactos diretos sobre a indústria e os exportadores brasileiros.
Pressão comercial ameaça economia já fragilizada
As novas tarifas impõem desafios adicionais à economia brasileira, que ainda enfrenta um cenário de recuperação lenta e incertezas globais. O governo avalia que manter o canal de diálogo aberto com os Estados Unidos é essencial para evitar o agravamento das tensões comerciais.
Ao mesmo tempo, o Brasil busca fortalecer sua presença em novos mercados. A abertura de rotas alternativas para os produtos brasileiros passou a ser prioridade no Palácio do Planalto. O objetivo é preservar os empregos e reduzir a dependência de mercados que adotam medidas restritivas unilaterais.
Diplomacia e cooperação internacional são apostas do governo
A aproximação com a Índia faz parte da estratégia brasileira de agir em bloco com países afetados pelas sanções comerciais dos Estados Unidos. Além disso, o governo de Lula quer reforçar a defesa do sistema multilateral de comércio e das regras estabelecidas pela Organização Mundial do Comércio (OMC).
Nesse contexto, a ligação de Lula para Modi pode ser o primeiro passo de uma articulação mais ampla. O Brasil espera reunir outros países do Brics e do G20 em torno da defesa da estabilidade nas relações comerciais internacionais.