Após três anos fora do mercado paulistano, a 99Food — divisão de delivery da 99 — retomou suas operações nesta segunda-feira (11), prometendo aquecer a disputa no setor. A plataforma chega à região metropolitana com 20 mil estabelecimentos cadastrados, 50 mil motociclistas e um pacote de incentivos para atrair bares e restaurantes, incluindo isenção de mensalidades e comissões por até dois anos.
Plano de expansão e foco em competitividade
Segundo Simeng Wang, diretor-geral da 99, a empresa pretende expandir rapidamente para mais cidades, alcançando mais de 100 municípios até meados de 2026. Do total de R$ 1 bilhão que a controladora chinesa DiDi vai investir no Brasil este ano, metade será destinada à operação em São Paulo. Os recursos financiarão desenvolvimento tecnológico, cupons de desconto, pagamentos e bonificações aos entregadores parceiros.
Incentivos para clientes e entregadores
No lançamento, usuários terão acesso a vouchers que somam R$ 99,00. Já para os motociclistas, a 99Food oferece uma promoção que garante até R$ 400 por dia para quem completar 15 corridas diárias. Em cidades onde é permitido o transporte de passageiros por motociclistas, há também um modelo híbrido, combinando corridas de entrega e transporte, com diárias de até R$ 250.
Estratégia de baixa margem para ganhar escala
A 99Food adota um modelo de taxas reduzidas: 4,5% para delivery e 3,2% para processamento de pagamentos. O objetivo, segundo Wang, é conquistar escala antes de buscar margens maiores.
“Quando mais pessoas pedirem delivery, a indústria vai crescer e a receita virá mesmo com menos margem”, afirmou.
Cenário de acirramento no setor
O retorno da 99Food ocorre em um momento de forte concorrência no delivery brasileiro. A Rappi, presente no país desde 2017, anunciou R$ 1,4 bilhão para reforçar sua operação local. A gigante chinesa Meituan também deve iniciar atividades em breve, com um aporte de R$ 5,6 bilhões por meio da marca Keeta. Enquanto isso, o iFood, líder do mercado, já planeja R$ 17 bilhões em investimentos e projeta 200 milhões de pedidos mensais.
Fonte: Bloomberg Línea