Expectativa e tensão marcam cúpula histórica entre EUA e Rússia

Foto: Twitter/X
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Reencontro após seis anos

Donald Trump e Vladimir Putin voltarão a se encontrar nesta sexta-feira (15). O encontro acontecerá às 16h (horário de Brasília) em uma base militar no Alasca, utilizada no passado para espionagem contra a ex-União Soviética. O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, não foi convidado. Segundo a Casa Branca, a sugestão partiu de Putin.

Esta será a primeira reunião a sós entre os dois desde 2018. Na ocasião, quando se discutiam acusações de interferência russa nas eleições americanas, Putin convenceu Trump. O então presidente saiu do encontro defendendo a versão do Kremlin e contrariando a CIA, que afirmava ter provas da ação russa no pleito.

Clima de incerteza e possibilidades de acordo

Agora, o cenário é diferente. Analistas apontam que Trump está mais autoritário e experiente, o que pode gerar um embate mais direto com o líder russo. No entanto, como o próprio Trump afirmou, “nada está garantido”.

Nas últimas semanas, ambos trocaram críticas e ameaças. Mesmo assim, na véspera da reunião, mostraram-se otimistas. Putin elogiou os “esforços sinceros” de Washington para encerrar a guerra na Ucrânia e disse acreditar que o encontro pode resultar na “paz mundial”. Para isso, porém, defende um acordo que limite o uso de armas estratégicas, incluindo as nucleares, sinalizando que pode querer negociar contrapartidas para um cessar-fogo.

Trump também manteve o tom ambíguo. Disse que “acho que ele (Putin) fará um acordo”, mas lembrou que “nada está garantido. Será como uma partida de xadrez”. Apesar da autoconfiança como negociador, reduziu as expectativas ao longo dos dias.

Chances calculadas e próximos passos

O presidente americano estimou em 25% a probabilidade de o encontro “terminar mal”. Antes mesmo da primeira reunião, já falou sobre a necessidade de um segundo encontro com Putin.

O secretário de Estado, Marco Rubio, reforçou que, apesar da esperança, “em última instância, caberá à Ucrânia e à Rússia concordar pela paz”.