A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) atualizou seu boletim econômico e decidiu manter a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2,4% para 2025. Inicialmente, a entidade cogitava revisar o índice para 2,6%, mas a piora nas condições internacionais, impulsionada pelo tarifaço dos Estados Unidos, fez a Fiesp manter a expectativa anterior.
Segundo Igor Rocha, economista-chefe da Fiesp, o impacto das tarifas norte-americanas no PIB brasileiro deve ser de 0,2 ponto percentual, equivalente ao possível viés de alta que poderia ser incorporado à projeção. “Não fizemos nenhuma revisão para baixo por enquanto”, afirmou.
Setores pontuais enfrentam queda
Apesar da perspectiva positiva geral, alguns setores devem apresentar recuo. A agropecuária deve cair 0,6% e a indústria de transformação, 0,7%. Também é prevista uma redução moderada no consumo dos governos (-0,4%) e nos investimentos (-0,7%).
Rocha explicou que a desaceleração está ligada a uma acomodação natural da atividade econômica no segundo semestre, combinada com restrições financeiras internas e externas, que tornam o ambiente mais desafiador.
Investimentos e comércio impactados por cenário internacional e eleições
O desaquecimento econômico, somado à restrição de crédito e à incerteza política em ano eleitoral, afeta diretamente os investimentos. As importações também devem recuar 1,5%, refletindo a menor atividade econômica.
As tarifas elevadas aplicadas pelos Estados Unidos ao Brasil e outros parceiros comerciais são apontadas como um fator adicional que pressiona o comércio e a indústria.
Crescimento moderado de consumo e serviços
Por outro lado, alguns indicadores permanecem aquecidos. O setor industrial como um todo deve crescer 0,4%, enquanto o setor de serviços deve avançar 0,3%. O consumo das famílias também deve subir 0,6%, e as exportações devem registrar um discreto avanço de 0,2%, segundo a Fiesp.