Sem força própria, Lucas Bove tenta se apoiar em Tarcísio para ganhar fôlego

O deputado estadual é acusado de tentar colar sua imagem ao governador de São Paulo após denúncias de violência e uso de drogas

Foto: Reprodução / Youtube – Alesp

Envolvido em uma avalanche de denúncias que arranharam sua reputação de forma quase irreversível, o deputado Lucas Bove passou a adotar uma estratégia considerada arriscada e até desesperada: aparecer ao lado do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), em busca de um respiro político e social.

Bove foi acusado publicamente pela influenciadora e professora Cíntia Chagas de agressões físicas e comportamento abusivo. Testemunhas validaram, no processo, o uso de maconha por parte do parlamentar e as agressões contra a professora. As revelações ganharam grande repercussão nas redes sociais e na imprensa, transformando-o em uma figura marcada por polêmicas e rejeição. Desde então, seu nome deixou de ser associado a negócios e eventos de prestígio e passou a carregar o peso de um histórico de violência e excessos.

A estratégia do “papagaio de pirata”

Com a credibilidade em frangalhos, Bove tem buscado se aproximar da agenda de Tarcísio de Freitas, aparecendo em eventos públicos, fotos e bastidores de agendas políticas. A tentativa, segundo aliados do governador, é clara: usar a popularidade de Tarcísio como escudo para limpar a própria imagem.

Para observadores políticos, trata-se de um movimento típico do “papagaio de pirata” — aquele que, incapaz de brilhar por si só, procura sobreviver colando-se a uma liderança em evidência. “É uma jogada de sobrevivência. Ele sabe que sozinho não se sustenta, então tenta sugar a legitimidade de Tarcísio”, avalia um analista político ouvido pela reportagem.

Desconforto no Palácio dos Bandeirantes

Fontes próximas ao Palácio dos Bandeirantes garantem que o governador tem mantido distância prudente. Embora Tarcísio não tenha feito manifestações públicas sobre o caso, internamente a leitura é que a aproximação de Bove soa mais como oportunismo do que apoio real. “Ninguém dentro do governo acredita que ele seja um aliado estratégico. Pelo contrário: todos sabem do desgaste que ele carrega, entendendo que não é bom ter Lucas Bove próximo”, relatou uma fonte.

Tiro pela culatra

A insistência de Bove em aparecer nas sombras de Tarcísio pode se transformar em mais um erro de cálculo. Analistas alertam que a associação forçada pode reforçar ainda mais sua imagem de oportunista e fragilizado, mostrando que o deputado não enfrenta as acusações de agressão e drogas, mas prefere se esconder atrás da popularidade de terceiros.

Em vez de força, a estratégia transparece medo e desespero. Ao tentar usar a luz de Tarcísio para fugir da própria escuridão, Bove arrisca comprometer não só sua imagem pessoal, mas também sua já fragilizada posição em círculos sociais e políticos.