
A filiação de Tarcísio de Freitas ao PL dependerá diretamente do caminho que o governador de São Paulo decidir seguir em 2026. Segundo aliados, se optar por disputar a presidência, a troca de partido já está encaminhada. Mas, se buscar a reeleição no estado, a tendência é que siga no Republicanos, legenda à qual se filiou em 2022.
Neste cenário estadual, Tarcísio teria vantagens em permanecer onde está: mantém distância das polêmicas envolvendo a família Bolsonaro, preserva sua posição como principal liderança do Republicanos e ainda conta com bom desempenho nas pesquisas. Mesmo assim, o PL tem influência em São Paulo, com aliados próximos e cargos estratégicos no governo.
Nos bastidores, a pressão pela migração cresce diante da inelegibilidade de Jair Bolsonaro. O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, já afirmou que, se Tarcísio concorrer à presidência, será pelo seu partido. Em resposta, o Republicanos mostrou disposição de lançar candidatura própria, elevando a disputa pela filiação do governador.
A movimentação tem causado atritos no campo bolsonarista. Paulo Figueiredo, próximo a Eduardo Bolsonaro, disse que deixará o PL caso Tarcísio se filie e concorra ao Planalto. Já Carlos Bolsonaro criticou governadores de direita que, segundo ele, agem como “ratos” em busca do espólio político do pai.
Apesar das especulações, Tarcísio repete em público que seu foco é a reeleição em São Paulo. No entanto, seus discursos têm ganhado tom de presidenciável. Em evento recente, defendeu um governo de centro-direita capaz de fazer “40 anos em 4”, ecoando Juscelino Kubitschek, além de propor a redução de ministérios e criticar a política externa do governo Lula.