
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou nesta quarta-feira (27/8) o decreto que regulamenta a TV 3.0, também chamada de DTV+. O novo sistema busca revolucionar a experiência da TV aberta, oferecendo qualidade de imagem aprimorada, som com padrão de cinema e recursos de interatividade semelhantes aos serviços de streaming.
De acordo com o governo, as primeiras transmissões devem começar no primeiro semestre de 2026 em grandes capitais, com expansão gradual para todo o país ao longo de 10 a 15 anos.
Transição gradual e inclusão
O ministro das Comunicações, Frederico de Siqueira Filho, destacou que não será necessária a troca imediata de televisores, já que haverá convivência entre o sinal atual e a nova tecnologia por mais de uma década. Ele explicou que a migração será escalonada e poderá ser prorrogada.
Raymundo Barros, presidente do Fórum Sistema Brasileiro de TV Digital (SBTVD), afirmou que a inovação é um salto de qualidade gratuito para o público, reafirmando o papel da TV aberta na transformação social.
Apoio do setor de radiodifusão
Líderes das principais emissoras também celebraram o avanço. O diretor-presidente da Globo, Paulo Marinho, destacou que a TV 3.0 une radiodifusão e meios digitais, ampliando interatividade e personalização. Renata Abravanel, do Grupo Silvio Santos, classificou o momento como histórico para aproximar o público das emissoras.
Para Marcus Vinícius Vieira, CEO do Grupo Record, a tecnologia representa um ganho para o setor e abre espaço para novos negócios. Já Amilcare Dallevo, presidente da RedeTV!, ressaltou a importância da TV aberta em alcançar milhões de brasileiros e levar informações essenciais, inclusive em situações de emergência.
Competitividade e soberania
O presidente da Abert, Flavio Lara Resende, avaliou que a TV 3.0 é fundamental para manter a TV aberta competitiva e defendeu políticas públicas que facilitem o acesso da população de baixa renda aos receptores. Márcio Novaes, da Abratel, destacou a possibilidade de uso em celulares gratuitamente e sem consumo de dados.
O ministro da Secretaria de Comunicação (Secom), Sidônio Palmeira, reforçou que a tecnologia está ligada à soberania nacional. Ele afirmou que empresas estrangeiras são bem-vindas, desde que respeitem a legislação, e garantiu que os canais de TV aberta manterão destaque frente às parcerias comerciais.