O mercado financeiro reduziu, mais uma vez, suas expectativas para a inflação de 2025. Segundo o Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (15) pelo Banco Central (BC), a previsão para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) caiu de 4,85% para 4,83%. Há quatro semanas, a projeção era de 4,95%.
Apesar do recuo, o resultado segue acima do teto da meta de inflação definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos (intervalo entre 1,5% e 4,5%).
Inflação em queda
Em agosto, o Brasil registrou deflação de -0,11%, a primeira desde agosto de 2024, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A redução foi puxada, sobretudo, pela conta de luz, que recuou 4,21% e teve impacto de -0,17 ponto percentual no índice.
Outros grupos também contribuíram: habitação (-0,90%), alimentação e bebidas (-0,46%) e transportes (-0,27%). De acordo com o IBGE, a queda no conjunto de preços foi a maior para o mês de agosto desde o início do Plano Real, em 1994.
Para os anos seguintes, o mercado estima inflação de 4,30% em 2026 e 3,90% em 2027, números mais próximos ao centro da meta.
Câmbio em ajuste
As expectativas para o câmbio também foram revistas. O dólar, que há uma semana era projetado em R$ 5,55, agora deve encerrar 2025 a R$ 5,50. É a quarta semana consecutiva de queda nas projeções. Para 2026 e 2027, a previsão permanece em R$ 5,60.
Segundo analistas, o movimento é influenciado pelas medidas econômicas do governo de Donald Trump, que afetam diretamente os fluxos globais de capital.
PIB e Selic estáveis
As previsões para o Produto Interno Bruto (PIB) e a taxa Selic não mudaram em relação à semana passada. O mercado projeta crescimento de 2,16% em 2025, seguido por 1,80% em 2026 e 1,90% em 2027.
A taxa básica de juros deve encerrar 2025 em 15%, permanecendo nesse nível há 12 semanas consecutivas nas projeções. Para 2026, a expectativa é de 12,38%, e para 2027, de 10,50%.
Política monetária
A Selic é o principal instrumento utilizado pelo Banco Central para conter a inflação. Juros mais altos encarecem o crédito e desestimulam o consumo, o que ajuda a segurar os preços, mas também pode frear a atividade econômica. Já a redução da taxa tem efeito contrário: facilita o acesso ao crédito, impulsiona a produção e o consumo, mas reduz o controle sobre a inflação.
Fonte: Agencia Brasil