Revista Poder

Lula alerta na ONU: democracia é o que está em jogo para o futuro da humanidade

Foto: Ricardo Stuckert/PR

Em discurso na 2ª edição do evento Em Defesa da Democracia e Contra o Extremismo, realizado em Nova York com a presença de lideranças de cerca de 30 países, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um alerta contundente: a democracia é o que está em jogo para o futuro da humanidade.

Segundo Lula, apenas a democracia pode reconstruir o multilateralismo, a harmonia entre os povos e a civilidade nas relações entre os Estados. O encontro foi liderado por Brasil, Chile e Espanha, sob a condução dos presidentes Gabriel Boric e Pedro Sánchez, ao lado do líder brasileiro.

Crítica ao avanço da extrema-direita

Em um discurso que soou como autocrítica à esquerda, Lula questionou o crescimento da extrema-direita no mundo e provocou:

“O que nós fizemos ontem pela democracia? Com quantas pessoas falamos de organização popular? Se não falamos, não organizamos. E, se não organizamos, a democracia perdeu.”

Para o presidente, a ascensão de forças extremistas não se deve apenas ao mérito delas, mas também à omissão dos democratas. “Antes de procurar a virtude da extrema-direita, temos que procurar os erros que a democracia cometeu na relação com a sociedade civil”, disse.

Chamado à responsabilidade

Lula também apontou a necessidade de reflexão sobre as escolhas políticas feitas após as vitórias eleitorais. Segundo ele, muitas vezes, governos progressistas acabam priorizando as demandas do mercado e da imprensa em vez de atender às bases populares que os elegeram.

“Os nossos eleitores, que foram para a rua, que apanharam e que foram achincalhados, muitas vezes passam a ser ignorados, enquanto damos mais atenção aos nossos adversários”, afirmou.

Uma democracia em reconstrução

A iniciativa liderada por Brasil, Chile e Espanha busca fortalecer a cooperação internacional em defesa das instituições, contra a desinformação, o discurso de ódio e a desigualdade social. Para Lula, só haverá vitória sobre o extremismo se houver autocrítica e reconexão com a sociedade civil.

“Se encontrarmos essa resposta, vamos voltar a vencer a direita. Se não, continuaremos sendo sufocados pelo negacionismo, pelo extremismo e pelo discurso fascista que vemos agora”, concluiu.

Fonte: Agencia Brasil

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