Revista Poder

Light volta a ter Ronaldo Cezar Coelho como maior acionista da empresa com 20%

Foto Reprodução IG

A elétrica Light vive uma nova configuração entre seus principais acionistas. Após uma série de ajustes recentes na estrutura da WNT, o empresário Ronaldo Cezar Coelho voltou a ocupar a posição de maior investidor individual da companhia, com cerca de 20% das ações por meio do fundo Samambaia.

Até então, o controle informal da empresa era atribuído ao empresário Nelson Tanure, cuja participação era somada à do banqueiro Daniel Vorcaro, do Banco Master, dentro de fundos administrados pela WNT. No ano passado, essa estrutura consolidada chegou a representar aproximadamente 35% do capital da elétrica carioca.

O cenário começou a se alterar em julho, quando Vorcaro transferiu sua participação na Light ao BTG Pactual como parte de uma operação de troca de ativos. Com isso, fundos ligados ao banco passaram a deter 14,8% da empresa, reduzindo o peso da WNT no capital. Em paralelo, Tanure também realizou ajustes pontuais em sua posição direta.

Hoje, a WNT aparece com 18,94% da Light, enquanto o fundo Samambaia supera ligeiramente esse percentual, consolidando Cezar Coelho como o novo acionista de referência. Mesmo com a perda da liderança, Tanure mantém influência estratégica: é membro do conselho de administração, tem indicado o chairman — o ex-ministro Helio Costa — e atua ativamente nas negociações ligadas à reestruturação financeira da empresa.

Os desdobramentos acionários, porém, ainda não chegaram ao fim. Parte dos títulos adquiridos pelo BTG junto à WNT foi revendida à Emae (Empresa Metropolitana de Águas e Energia), que, até recentemente, estava sob o controle de Tanure. A operação foi colocada em xeque após a Sabesp adquirir o controle da Emae, em um negócio de R$ 1,1 bilhão, firmado com a XP, gestora do fundo credor de Tanure.

Antes dessa virada, BTG e Emae haviam anunciado um acordo de R$ 250 milhões, que envolvia units da Light, debêntures conversíveis e bônus de subscrição. O negócio ainda dependia de aprovação da Aneel, mas pode ser revisto, já que a nova administração da Sabesp não teria interesse em manter investimentos relacionados à elétrica carioca.

A disputa em torno da Emae deve seguir para a Justiça, enquanto o capital da Light se reorganiza em meio a uma das fases mais complexas de sua reestruturação. O resultado é um novo equilíbrio de forças no setor elétrico — e a volta de Cezar Coelho ao centro do palco.

 

Fonte: Pipeline Voador/ Globo

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