Por Jair Vianna
Após ser derrotado nas últimas eleições municipais de Sorocaba, Paulinho do Transporte tenta se reposicionar politicamente mirando uma vaga de deputado estadual em 2026, mas enfrenta críticas por não ter agido em defesa dos trabalhadores do transporte diante de atrasos de salários, condições precárias e denúncias de assédio moral e perseguições.
Nos bastidores, sindicalistas e motoristas afirmam que Paulinho, que tenta agora se apresentar como “voz dos trabalhadores”, não se manifestou nem atuou em momentos críticos vividos pela categoria. As queixas constam de canais oficiais e de denúncias anônimas do setor rodoviário da região de Sorocaba.
O Sindicato dos Rodoviários de Sorocaba mantém há meses um canal de denúncias que recebe relatos de motoristas e cobradores sobre abusos, atrasos e perseguições dentro das empresas. As reclamações incluem condições de trabalho insalubres, sobrecarga de jornada e ameaças de demissão. Apesar disso, Paulinho — que se apresenta como representante da classe — não teria tomado nenhuma medida pública de apoio ou intermediação em favor dos trabalhadores.
Em paralelo, usuários do transporte coletivo relatam casos de agressão e desrespeito dentro dos ônibus do sistema BRT Sorocaba, além de atrasos e precariedade na frota. No portal Reclame Aqui, uma denúncia recente relata comportamento agressivo de motoristas durante o serviço de linha urbana, sem que o sindicato ou o líder político se pronunciassem.
Dirigentes locais ouvidos pela reportagem afirmam que Paulinho tenta transformar o sindicato em palanque político, usando reuniões e eventos da categoria para reforçar sua visibilidade.
“O sindicato não pode servir de palanque pessoal nem ser confundido com projeto de poder”, declarou uma fonte próxima à entidade, sob reserva.
Analistas políticos avaliam que Paulinho aposta em ressuscitar sua carreira eleitoral explorando a pauta sindical como bandeira de campanha, mas o movimento pode soar oportunista diante da omissão em episódios recentes que afetaram diretamente os trabalhadores.
A estratégia, segundo observadores, seria usar a estrutura sindical como trampolim eleitoral, numa tentativa de reconquistar relevância após o fraco desempenho nas urnas em Sorocaba.
Enquanto o cenário político local se reorganiza, a categoria segue enfrentando desafios diários — e a cobrança aumenta sobre quem se apresenta como defensor do trabalhador, mas permaneceu em silêncio quando os problemas mais graves surgiram.
