Revista Poder

Brasil fecha acordo para vender 6 milhões de barris de petróleo à Índia

Parceria fortalece laços comerciais e energéticos entre os dois países; meta é ampliar comércio bilateral para até US$ 20 bilhões até 2026

Foto Tânia Rego/ Agencia Brasil

O Brasil ampliou sua presença no mercado energético asiático com um novo acordo firmado entre a Petrobras e o governo indiano. O contrato prevê o fornecimento de 6 milhões de barris de petróleo ao longo de um ano, conforme anunciou nesta quinta-feira (16) o vice-presidente Geraldo Alckmin, durante visita oficial à Nova Déli.

A iniciativa faz parte de uma agenda estratégica voltada ao fortalecimento das relações comerciais e energéticas entre os dois países, que vêm se aproximando em busca de novos espaços de cooperação no cenário global.

Exploração e investimentos no setor energético

Durante o anúncio, Alckmin informou que a Petrobras lançará 18 blocos offshore para exploração de petróleo nas bacias de Santos e Campos — o maior número já registrado em um único ano. “É recorde. São 18 blocos no ano que vem e um número ainda maior em terra”, afirmou o vice-presidente.

O acordo com a Índia surge em um contexto de reconfiguração geopolítica, no qual o país asiático busca diversificar fornecedores e reduzir a dependência da Rússia, atualmente responsável por mais de um terço de seu consumo energético.

Com as tarifas de até 50% impostas pelos Estados Unidos sobre a compra de petróleo russo, o Brasil se apresenta como um parceiro alternativo e estratégico para o abastecimento do mercado indiano.

Expansão do comércio bilateral

Além do acordo energético, a visita incluiu avanços nas negociações para ampliar o Acordo de Comércio Preferencial Mercosul–Índia, atualmente considerado restrito. O governo brasileiro quer elevar o comércio bilateral para US$ 15 bilhões em 2025 e US$ 20 bilhões até 2026.

Hoje, o tratado cobre apenas 450 categorias de produtos, com reduções tarifárias entre 10% e 20%. A proposta em estudo busca expandir o número de produtos contemplados e aprofundar as preferências comerciais entre os blocos.

“Temos um acordo que cobre poucas linhas tarifárias. Podemos ampliá-lo e aprofundá-lo para aumentar nossa competitividade”, explicou Alckmin.

Para Ana Repezza, diretora de negócios da ApexBrasil, a revisão do tratado é essencial diante das mudanças no cenário internacional. “A ampliação tornou-se prioridade estratégica, especialmente após as tensões comerciais com os Estados Unidos”, afirmou.

Cooperação empresarial e setorial

A comitiva brasileira incluiu representantes de 20 setores da economia, entre eles agronegócio, tecnologia, energia e saúde. As reuniões abordaram temas como redução de tarifas, acesso ao mercado indiano e facilitação de negócios, incluindo a criação de vistos eletrônicos para empresários.

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, deve se juntar à delegação nesta sexta-feira (17) para avançar nas tratativas de cooperação farmacêutica e biomédica.

Aproximação estratégica no Sul Global

As ações reforçam o compromisso de Brasil e Índia em fortalecer o diálogo econômico entre os países do Sul Global, ampliando sua relevância no comércio internacional.

Com o novo contrato e as negociações em curso, os dois países consolidam uma parceria que une energia, inovação e diplomacia, abrindo caminho para um intercâmbio comercial mais robusto e diversificado.

 

Fonte: Agencia Brasil

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