Governo de São Paulo lança novo modelo de gestão hídrica com sete níveis de contingência

Foto: Marcello Casal jr/Agência Brasil

O governo de São Paulo anunciou a implementação de um novo modelo de gestão hídrica, com o objetivo de mitigar os efeitos da crise de abastecimento no estado. O plano de contingência, instituído pela Deliberação nº 1.729/2025, estabelece sete níveis de medidas progressivas para enfrentar diferentes graus de escassez de água.

Atualmente, o sistema opera no terceiro patamar, que prevê redução da pressão na rede de abastecimento por dez horas durante o período noturno — uma estratégia adotada para equilibrar a oferta e o consumo sem afetar drasticamente o fornecimento à população.

Sistema em alerta

Segundo dados oficiais, o nível médio dos reservatórios que atendem à Região Metropolitana de São Paulo está em 28,7% da capacidade. O plano define o nível 7 como o mais crítico, quando seria necessário implantar o rodízio no abastecimento, enquanto o nível 0 representa as condições normais de operação.

No nível 1, inicia-se o chamado Regime Diferenciado de Abastecimento (RDA), aplicado quando há uma leve redução no volume dos mananciais. Já do nível 2 ao 6, o plano adota diferentes graus da Gestão de Demanda Noturna (GDN), com diminuição da pressão da rede entre 8 e 16 horas, conforme a gravidade da situação.

Critérios técnicos e controle da Arsesp

De acordo com a deliberação, qualquer avanço ou recuo entre as faixas de atuação precisa de aprovação da Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo (Arsesp).
Para adotar medidas mais severas, é necessário que a piora nas condições hídricas se mantenha por sete dias consecutivos. Já para flexibilizar e retornar a estágios mais brandos, o período de melhora deve durar pelo menos 14 dias seguidos.

Durante entrevista coletiva nesta sexta-feira (24), o diretor-presidente da Arsesp, Thiago Mesquita Nunes, enfatizou que as áreas afetadas pelas medidas de racionamento não são escolhidas por localização geográfica ou perfil socioeconômico, mas com base em critérios técnicos e operacionais.

“Não há distinção entre regiões centrais ou periféricas. As decisões seguem parâmetros técnicos, sempre buscando reduzir o impacto para o consumidor”, afirmou.

Medidas preventivas e cenário futuro

A adoção antecipada do plano faz parte da estratégia do governo estadual para evitar que a crise hídrica evolua para situações de racionamento amplo, como já ocorreu em anos anteriores.
Com a previsão de períodos mais secos e aumento das temperaturas, as autoridades reforçam a importância de uso racional da água por parte da população e da continuidade dos investimentos em eficiência e segurança hídrica.

 

Fonte: Agencia Brasil