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Primeira reunião entre Lula e Trump abre caminho para nova agenda bilateral

Foto: ChatGPT

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O encontro entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump, realizado neste domingo (26), marcou o início de um novo ciclo de negociações bilaterais entre Brasil e Estados Unidos. Foi a primeira reunião oficial entre os dois líderes desde o início do mandato de Lula, e teve como principal tema as tarifas impostas por Washington às exportações brasileiras.

Segundo o chanceler Mauro Vieira, a reunião, que durou cerca de 50 minutos, foi “positiva e produtiva”. O presidente brasileiro pediu formalmente a suspensão das tarifas americanas durante o período de negociação, proposta que, segundo o ministro, foi bem recebida por Trump. O republicano teria determinado que sua equipe inicie um processo de negociação bilateral para discutir o tema.

“Esperamos concluir em poucas semanas um acordo que trate de cada um dos setores atingidos pela atual tributação americana sobre o Brasil”, declarou Vieira após o encontro.

De acordo com o secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Márcio Elias Rosa, Lula ressaltou que o déficit da balança comercial brasileira em relação aos EUA torna injustificável a aplicação das tarifas impostas por Washington, já que o país não representa uma ameaça à indústria norte-americana.

Temas paralelos e cooperação regional

O chanceler informou ainda que os dois presidentes discutiram a situação da Venezuela, e Lula se ofereceu para atuar como interlocutor entre Caracas e Washington, com o objetivo de estimular um diálogo construtivo e mutuamente benéfico. Trump teria agradecido a iniciativa e concordado com o papel mediador do governo brasileiro, embora detalhes sobre o formato dessa intermediação ainda não tenham sido definidos.

Em outro ponto do encontro, Lula criticou a aplicação da Lei Magnitsky a autoridades brasileiras, afirmando que o Supremo Tribunal Federal atua dentro dos limites da legalidade e que “não há perseguição política nem jurídica no Brasil”. Segundo Rosa, a situação do ex-presidente Jair Bolsonaro não foi discutida durante a reunião.

Próximos passos e visitas oficiais

Os representantes brasileiros afirmaram que o primeiro encontro técnico entre as delegações deveria ocorrer ainda no domingo à noite, no horário da Malásia, mas acabou sendo adiado para a manhã de segunda-feira (27). A expectativa é que as equipes definam um cronograma de negociação e identifiquem setores prioritários, incluindo minerais críticos e terras raras.

Lula e Trump também concordaram em realizar visitas oficiais recíprocas. “O presidente Trump quer ir ao Brasil, e o presidente Lula aceitou o convite para visitar os Estados Unidos no futuro”, confirmou Mauro Vieira.

O encontro é visto como um passo importante para reaproximar os dois países após anos de relações marcadas por tensões comerciais e políticas. Com o avanço das negociações, o governo brasileiro espera reverter as tarifas e fortalecer a cooperação econômica e diplomática entre Brasília e Washington.

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