Revista Poder

Uruguai se destaca no trabalho remoto e é o único país latino no top 10 global

Brasil aparece em 15º lugar no ranking Global Digital Nomads Index 2025; Espanha lidera a lista

Foto Freepik

Enquanto muitas empresas ao redor do mundo voltam a priorizar o trabalho presencial, o Uruguai desponta como um dos destinos mais atraentes para quem escolheu manter o estilo de vida remoto. Segundo o Global Digital Nomads Index 2025, o país é o único representante da América Latina entre os dez melhores lugares do mundo para nômades digitais, ocupando o terceiro lugar global — atrás apenas de Espanha e Holanda.

Incentivos e vantagens competitivas

O desempenho do Uruguai, que alcançou 91,23 pontos no ranking, é impulsionado por políticas favoráveis a trabalhadores remotos. Desde 2023, o país oferece uma permissão especial para nômades digitais, que possibilita viver e trabalhar legalmente em seu território. Além disso, o regime fiscal competitivo é um atrativo importante: rendimentos provenientes de serviços tecnológicos exportados estão isentos de impostos locais, favorecendo profissionais que atuam para empresas estrangeiras.

De acordo com a plataforma oficial Live in Uruguay, essas medidas têm estimulado a chegada de profissionais de diversas áreas, especialmente do setor de tecnologia e economia criativa.

O panorama global do nomadismo digital

O Global Digital Nomads Index avaliou 64 países, com base em 15 indicadores agrupados em cinco categorias: cidadania e mobilidade, tributação, economia, qualidade de vida e tecnologia. Os dados foram compilados pela consultoria Global Citizens Solutions, especializada em programas de cidadania e residência por investimento.

A Espanha lidera a edição de 2025 com 99,67 pontos, seguida pela Holanda e Uruguai. Outros países do top 10 incluem Canadá, República Tcheca, França, Portugal, Emirados Árabes Unidos, Alemanha e Malta — confirmando o domínio europeu no cenário global.

América Latina em ascensão

A América Latina, embora ainda distante das primeiras posições, mostra avanço no mapa do trabalho remoto. O Equador aparece em 11º lugar, seguido pelo Brasil, em 15º, com 88,44 pontos. Panamá e Costa Rica ocupam as posições 19 e 20, respectivamente.

Mais abaixo no ranking estão Colômbia, El Salvador e México, todos a partir da 30ª colocação, com desafios relacionados à conectividade, estabilidade e carga tributária. Já a Argentina ocupa a 62ª posição entre os 64 países avaliados, refletindo as dificuldades econômicas e de infraestrutura.

Contraste com o trabalho presencial

Os resultados revelam um contraste com o cenário corporativo da região. De acordo com relatório da empresa imobiliária JLL, a América Latina é líder mundial em trabalho presencial: 58% das companhias ainda mantêm seus funcionários no escritório cinco dias por semana.

Enquanto isso, o Uruguai se consolida como exemplo de modernização e flexibilidade — mostrando que políticas voltadas à inovação e à qualidade de vida podem transformar um pequeno país em referência global para nômades digitais.

Fonte: Bloomberg Línea

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