Por Jair Viana
A decisão da Prefeitura de Pirassununga de trocar, às pressas, o plano de saúde dos servidores municipais tem gerado espanto e indignação entre funcionários públicos e especialistas do setor. Mesmo com uma ação judicial em andamento, o prefeito Fernando Lubrechet autorizou a contratação da Unimed Pirassununga, em substituição ao contrato emergencial vigente — mais barato e válido até fevereiro de 2026.
De acordo com dados oficiais, o contrato atual, operado pela Hapvida, representa uma economia de cerca de R$ 400 mil por mês aos cofres públicos, o que, no período restante, soma aproximadamente R$ 1,6 milhão. Além do custo reduzido, o modelo vigente garante a continuidade dos atendimentos já em andamento, evitando que servidores e dependentes precisem interromper tratamentos complexos, trocar de profissionais ou reiniciar etapas terapêuticas.
Servidores apreensivos
A pressa do governo em promover a troca preocupa especialmente quem está em tratamentos contínuos ou de longa duração. Cada mudança contratual exige novos cadastros, redefinição de rede e prazos de carência — fatores que impactam diretamente a rotina e a saúde de centenas de famílias.
“Não é apenas uma troca de empresa. É um retrocesso na vida de quem depende de consultas, terapias e medicamentos. O plano atual funciona e dá segurança pra gente continuar o que já começou. Por que mudar?”, questiona uma servidora da área da educação, que preferiu não se identificar.
Decisão sem explicações
Enquanto o contrato vigente garante melhor custo-benefício e estabilidade nos atendimentos, a nova proposta defendida pela Prefeitura onera o município em quase R$ 400 mil a mais por mês — um gasto extra que poderia ser direcionado a áreas essenciais, como saúde preventiva, educação ou infraestrutura.
A licitação que deu origem ao novo contrato, vencida pela Unimed Pirassununga, segue judicializada. Mesmo assim, o Executivo decidiu seguir adiante sem apresentar à população ou aos próprios servidores os motivos da pressa e da escolha por um modelo mais caro e de menor abrangência.
Entre os servidores, o sentimento predominante é de insegurança e desrespeito. A maioria defende a manutenção do contrato atual, operado pela Hapvida, considerado mais econômico e com estrutura já consolidada para atender à categoria.
A percepção é de que o interesse público e o bem-estar dos servidores estão ficando em segundo plano.
